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Na mira do governo, estádio fantasma no Paraná tem preço definido por perícia judicial
Justiça avalia terreno do Pinheirão para desapropriação visando projeto de arena multiuso em Curitiba
A Justiça determinou o novo valor do terreno do Pinheirão, antigo estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e ex-casa do Athletico e Paraná Clube, após perícia judicial. A área de 124 mil metros quadrados, situada no bairro Tarumã, região leste de Curitiba, foi avaliada em R$ 132,1 milhões.
Contexto da disputa judicial
O laudo foi incorporado ao processo de desapropriação do terreno, que é alvo do governo do Estado do Paraná para construção de uma arena multiuso, que incluirá centro de exposições, complexo comercial e setor hoteleiro. A disputa começou em outubro do ano anterior, com o governador Ratinho Júnior anunciando a desapropriação do imóvel abandonado há 17 anos, por meio do Decreto 7.669.
O Estado entrou com ação, depositou R$ 64,9 milhões, valor estimado pela própria administração estadual, e aguardou que o proprietário aceitasse ou recorresse da avaliação. Essa ação permite que a Justiça conceda posse imediata ao Estado, enquanto o valor final é discutido no processo.
Posição do proprietário e perícia
O empresário João Destro, de 78 anos, que comprou o Pinheirão em 2012 por R$ 57,4 milhões em leilão por dívida da FPF, contestou a avaliação e atribui ao terreno valor de R$ 358,6 milhões. A Justiça então nomeou um engenheiro civil para realizar um estudo detalhado baseado em normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e considerando oito variáveis, incluindo taxa de ocupação, topografia e potencial comercial.
O perito apontou que o valor apresentado pelo governo do Paraná "não condiz com o valor de mercado atual". Essa informação foi inicialmente divulgada pelo UmDois Esportes e depois confirmada pelo TV Sim Brasil.
Próximos passos e projeto do governo
Após a perícia, governo e proprietário poderão se manifestar sobre o valor. A administração estadual pretende que a Procuradoria-Geral analise o laudo para apresentar um parecer, enquanto João Destro ainda não se pronunciou.
O governo planejava obter a posse do imóvel em abril para leiloar o terreno na Bolsa de Valores de São Paulo e iniciar as obras no segundo semestre de 2025, com a construção feita pela empresa vencedora do leilão, que cederia a gestão a outro grupo. No entanto, a disputa judicial impedirá essa agenda.
O plano do governo é transformar o Pinheirão no maior e mais moderno centro de eventos do Brasil, rivalizando com São Paulo, com uma arena de eventos, centro de exposições para até 25 mil pessoas, complexo comercial, setor hoteleiro, boulevard com restaurantes e academia, com investimento estimado em R$ 1 bilhão via Parceria Público Privada (PPP). O estudo do modelo de negócio está sendo desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Paraná Projetos.
Conforme declarou Ratinho Júnior em 23 de outubro de 2024: "O turismo do Paraná está crescendo 27%, segundo o Ministério do Turismo. Nós não temos um lugar para grandes eventos, grandes shows e a ideia é fazer desse complexo uma atração para turistas também. Será um lugar para grandes eventos, shows, encontros e exposições. A ideia é poder fazer desse complexo um grande atrativo para eventos voltados a cada vez mais turistas, o que significa mais dinheiro para o nosso comércio, restaurantes, hotéis. O setor de serviços gera muito emprego para a nossa gente."
Histórico do Pinheirão
Inaugurado em junho de 1985, o Pinheirão tinha inicialmente capacidade para 120 mil pessoas, mas foi remodelado para cerca de 50 mil torcedores. Já foi casa do Athletico (1986 a 1992) e Paraná Clube (1999 a 2006), e também recebeu jogos do Coritiba e quatro partidas da Seleção Brasileira contra México, Argentina, Camarões e Uruguai, este último em 2003, quando passou por sua última reforma.
O estádio não recebe jogos desde 11 de março de 2007, data do último confronto pelo Campeonato Paranaense entre J. Malucelli e Cianorte. João Destro adquiriu o local em 2012 e desde então arca com custos anuais estimados em R$ 6 milhões para IPTU, segurança e limpeza, enquanto a receita de aluguel de espaços no terreno não cobre as despesas.
Projetos como o da Copa do Mundo de 2014, que considerava um novo estádio, e a proposta do Coritiba em 2016 para mudança para o Pinheirão, não se concretizaram, evidenciando o abandono do local.