A decisão médica de afastar Jair Bolsonaro de compromissos públicos durante o mês de julho provocou apreensão entre aliados e familiares do ex-presidente. O diagnóstico de esofagite intensa, divulgado em boletim nesta quarta-feira (2), levou à recomendação de repouso domiciliar, cancelando eventos agendados em Santa Catarina e Rondônia.

Quadro de saúde e recomendações médicas

Segundo o Hospital DF Star, Bolsonaro passou por uma endoscopia digestiva identificando esofagite intensa, inflamação, erosões na mucosa do esôfago e gastrite moderada. Diante disso, o tratamento foi reforçado com medicamentos, além de recomendações para repouso em casa, dieta controlada e restrição no uso da voz. Os cuidados médicos já haviam sido iniciados após o ex-presidente sentir-se mal em um evento em Goiás.

Reações de aliados e familiares

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), aliado próximo, minimizou o impacto do afastamento nas articulações políticas: “Será um período de recuperação. Ele precisa desse tempo para descansar”, afirmou à TV Sim Brasil. “Eu estou muito feliz que ele vai descansar, que ele vai se recuperar plenamente. Porque nós precisamos dele. Então eu prefiro que ele tire essa folga e obedeça aos médicos.” Bilynskyj relatou ainda ter encontrado Bolsonaro em Presidente Prudente (SP) dias antes do mal-estar, mencionando que o ex-presidente já demonstrava abatimento e havia passado mal durante a noite.

Nas redes sociais, familiares reforçaram a importância da recuperação de Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro destacou: “Jair precisa deste tempo para se recuperar completamente. Tenho fé que Deus o ajudará e logo, logo, ele estará 100% para retomar suas agendas de trabalho”. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) fez um apelo emotivo ao mencionar o histórico de saúde do pai: “está literalmente se matando depois de terem tentado matá-lo”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu “compreensão e respeito” diante da pausa nas agendas, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, elogiou a resiliência do ex-presidente.

Histórico de procedimentos médicos

Desde o atentado à faca em 2018, durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro já foi submetido a oito cirurgias ligadas ao sistema digestivo, enfrentando complicações como obstruções intestinais, refluxo e crises de esofagite. Esses episódios exigiram internações, exames regulares e afastamentos das atividades públicas.