O senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, obteve a autorização do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para a implementação da CPI do Crime Organizado. A expectativa é de que as atividades comecem logo após o Carnaval.

Foco da Investigação

O primeiro passo da investigação será ouvir especialistas das forças de segurança e do sistema judiciário, incluindo o procurador da República Lincoln Gaykia, que é responsável pela investigação do PCC em São Paulo, e o delegado da Polícia Federal Elvis Secco.

Problemas Observados

Durante uma conversa com a coluna, Vieira destacou a infiltração do crime organizado nas forças policiais, um fenômeno que tem se tornado mais evidente, especialmente em São Paulo, nas últimas semanas. O senador ressaltou que a situação é ainda mais crítica em estados onde os policiais recebem salários baixos, como no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Existe uma tolerância na naturalização da convivência com o crime”, observou, ao relatar casos que mostram rendimentos desproporcionais em relação ao estilo de vida de certos policiais.

Novas Formas de Crime

Ele também comentou sobre a migração do crime organizado para áreas digitais, que são mais complexas de resolver e apresentam baixo risco físico para os criminosos. “Apenas 5% dos bandidos envolvidos em crimes digitais são detidos”, afirmou.

Corrupção Estruturada

Uma das linhas de investigação incluirá a infiltração de criminosos em processos licitatórios do setor público, caracterizando a chamada corrupção estruturada. O senador está atento ao avanço do crime organizado em setores como usinas de álcool e açúcar, além da indústria de combustíveis.