Em um momento decisivo, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, expressou suas preocupações sobre a articulação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma entrevista concedida ao O Globo, Lira destacou que uma simples reforma ministerial, que consiste na troca de cargos no primeiro escalão, não será suficiente para enfrentar os desafios do governo.

Críticas à Organização do Governo

Lira, que deixará o cargo no sábado (1º), enfatizou que uma reforma é um 'fato' necessário. Ele analisou a estrutura original do governo, realizada no final de 2022, e comentou que o Senado foi mais prestigiado do que a Câmara, resultando em uma dificuldade maior na articulação política. Segundo ele, ‘existem partidos que estão menos representados e dão mais votos’, sugerindo que o governo precisa ajustar essa dinâmica para obter os apoios necessários.

Visão Estratégica para o Futuro

O presidente da Câmara argumentou que a organização do governo deve começar 'de baixo para cima', focando em fatores essenciais como economia, emprego e inflação, que impactam diretamente a vida da população. Ele destacou que a credibilidade política é fundamental e que o governo enfrenta um déficit em sua relação com o Parlamento e outras instituições.

Futuro Político de Lira

Durante a entrevista, Lira também evitou comentar se aceitaria um cargo no ministério, apesar de rumores sobre sua possível nomeação para o Ministério da Agricultura. Ele reafirmou que não teve conversas sobre isso com Lula ou com outros membros do governo.

Desafios das Emendas Parlamentares

Sobre as emendas parlamentares, Lira mencionou que esses recursos se tornaram um tema de disputa de poder e que a discussão sobre eles deve continuar por algum tempo. Ele negou que as emendas tenham sido tratadas de forma secreta, defendendo a transparência nas indicações parlamentares. Além disso, Lira comentou sobre a situação do deputado Chiquinho Brazão, que enfrenta um processo de cassação, afirmando que o caso será levado a plenário em breve.