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Tarifaço compromete viabilidade da exportação de carne bovina para os EUA
A alíquota de 76,4% sobre a carne bovina brasileira ameaça o crescimento das exportações para os Estados Unidos em 2025
A carne bovina brasileira foi excluída da lista de exceções do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que aplicará uma alíquota de 76,4% sobre o produto a partir de 6 de agosto, conforme informado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Exportações e Impactos Econômicos
Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado para a carne bovina brasileira. No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou 181.477 toneladas para o mercado americano, um aumento de 112,6% em relação ao mesmo período de 2024, gerando uma receita de US$ 1,04 bilhão, crescimento de 102%.
Para 2025, a Abiec estimava exportar 400 mil toneladas para os EUA, mas a alta alíquota compromete a viabilidade econômica dessas operações. Roberto Perosa, presidente da Abiec, mencionou que o governo federal avalia medidas para mitigar os efeitos do tarifaço, incluindo possíveis linhas de crédito para o setor exportador.
O impacto estimado para o restante do ano é de cerca de US$ 1 bilhão, embora a indústria mantenha os empregos ao continuar produzindo. Perosa destacou que o mercado americano é altamente rentável e de alta demanda, sendo um cliente importante para a cadeia produtiva que gera sete milhões de empregos no Brasil.
Perspectivas para o Mercado Interno e Preços
Mesmo que o mercado interno absorva parte da carne que deixará de ser exportada, Perosa considera improvável uma redução no preço da carne a médio prazo. Ele alertou que uma possível queda de preço temporária poderia resultar em menor disponibilidade de bois para abate em meses subsequentes, causando escassez e alta nos preços.
Relação Comercial Brasil-EUA e Repercussões
O presidente da Abiec questionou a taxa extra sobre a carne bovina, ressaltando a relação benéfica para ambos os países: o Brasil comercializa carne e os EUA utilizam a carne magra brasileira para misturas na produção de hambúrgueres, que correspondem a mais de 60% do consumo de carne bovina naquele país.
Segundo Perosa, o aumento no preço da carne moída nos EUA poderá impactar a economia americana e a classe média local.
Ações em Curso
A Abiec mantém diálogo com importadores norte-americanos e coopera com o governo brasileiro para buscar soluções negociadas. Além disso, atua junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e ao Itamaraty para abrir novos mercados e fortalecer as articulações diplomáticas e comerciais.