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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/economia/2014/8/economia-uma-so-maquina-vai-aceitar-todos-os-cartoes-de-credito-1709271995.jpeg
Golpe da maquininha adulterada que rouba senha do cartão se espalha pelo país
Equipamentos adulterados enviam senhas diretamente para quadrilhas, causando prejuízos bilionários e preocupando autoridades.
A Polícia Civil do Paraná investiga uma onda de crimes envolvendo maquininhas de cartão adulteradas que capturam a senha digitada pelo usuário e enviam para criminosos. Esses golpistas, que frequentemente se passam por ambulantes ou motoristas de aplicativos, trocam o cartão original da vítima por outro muito parecido, ficando com o cartão e a senha para realizar fraudes.
Casos registrados e investigações
Em Curitiba, a Delegacia de Estelionato está investigando o golpe, tendo apreendido várias máquinas adulteradas e detido três suspeitos de São Paulo, com histórico de estelionato. Em São Paulo, o Departamento de Investigações Criminais identificou mais quatro suspeitos e nove vítimas, além de 17 máquinas adulteradas e vários cartões bancários apreendidos. Golpes semelhantes também foram relatados em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Modus operandi dos golpistas
Segundo o delegado Emmanoel David, os criminosos usam táticas como se passar por ambulantes na saída de eventos ou falsos motoboys que entregam presentes no aniversário da vítima, pedindo para pagar apenas o frete. Eles alegam problemas na máquina ou falta de sinal para trocar o aparelho rapidamente, aproveitando para substituir o cartão e capturar a senha via bluetooth.
Uma das vítimas, a jornalista Maigue Gueths, de Curitiba, relatou que, ao comprar camisetas na saída de um show, teve seu cartão trocado por outro similar sem perceber. No dia seguinte, ela descobriu que a senha foi usada para gastos de cerca de R$ 28 mil em diversos estabelecimentos. Ela criticou a demora do banco em notificá-la sobre transações suspeitas.
Prejuízos e dificuldades para ressarcimento
O advogado Frederico Glitz, especialista em direito e novas tecnologias, explicou que os bancos geralmente recusam ressarcimento nesses casos porque o cliente autorizou a transação com a própria senha. No entanto, casos com gastos fora do padrão do cliente podem ser contestados. No caso da jornalista, o Procon do Paraná interveio para garantir a devolução do valor.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que cada instituição possui políticas próprias para análise e devolução, baseadas em evidências e características das transações. Em 2024, os bancos investiram cerca de R$ 4,2 bilhões em cibersegurança, com previsão de aumento para 2025.
Prevenção e orientações
Para evitar esses golpes, a polícia recomenda reduzir o limite dos cartões, ativar notificações de compras no celular via aplicativo, SMS ou WhatsApp e conferir o valor na maquininha antes de aproximar o cartão. É importante desconfiar de máquinas com visores danificados, trocas inesperadas e vendedores que alegam falta de conexão para justificar troca de aparelho.
Além disso, o cliente não deve entregar seu cartão a terceiros nem perdê-lo de vista. Contratar seguro contra roubos de cartão pode ser uma medida adicional, mas é essencial verificar se a apólice cobre esse tipo de crime. Em caso de golpe, é fundamental bloquear o cartão imediatamente, registrar boletim de ocorrência e solicitar o ressarcimento ao banco, podendo recorrer ao Procon ou à Justiça se necessário.