A carne bovina está entre os produtos que sofrerão uma tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, medida que entrará em vigor no dia 6 de agosto. Assim como o café e o suco de laranja, a carne não escapou da taxação, o que preocupa o setor, que prevê prejuízos bilionários ao longo do ano, e os consumidores brasileiros, que temem alta nos preços.

Contexto do mercado antes da tarifa

Segundo o pesquisador Thiago Bernardino, responsável pela área de pecuária no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), antes da confirmação da tarifa, os preços da carne vinham mais baixos devido a fatores como maior oferta de gado em julho, escala mais longa de abate da indústria, aumento do gado de confinamento entrando no mercado e consumo interno mais fraco durante as férias escolares, pressionando os preços no atacado, que refletem no consumidor final.

Impactos da tarifa e expectativa para o curto prazo

Com a oficialização da tarifa de 50%, o mercado interno enfrenta volatilidade. Empresas que exportavam para os Estados Unidos precisarão realocar a carne no mercado doméstico ou buscar outros mercados internacionais. Esse movimento pode inicialmente baixar os preços para o consumidor brasileiro. Contudo, a proximidade do Dia dos Pais, uma das datas que mais movimenta a venda de carne, faz com que os frigoríficos reajustem suas tabelas com uma expectativa de aumento de preços no curto prazo.

Além disso, a oferta de gado tem se restringido, com redução do gado de pasto disponível, o que dificulta a compra de lotes e pressiona a valorização do boi e, consequentemente, da carne.

Perspectivas para médio e longo prazo

Nos próximos meses, o cenário deve apresentar aumento dos custos e preços do boi e da carne. Thiago Bernardino afirma que "a tarifa do Trump tem o impacto do curto prazo e no médio e longo prazo, o mercado volta a equilibrar". Desde a oficialização da taxa, já foi observada reação nos preços da indústria.