O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi diagnosticado com inflamação no esôfago, erosões na mucosa esofágica e gastrite moderada, conforme boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, em Brasília. Mesmo com orientação médica para intensificar o tratamento, repousar e adotar uma dieta regrada, Bolsonaro segue cumprindo compromissos políticos em várias cidades do país.

Atividades políticas recentes

Na quinta-feira (26/6), Bolsonaro esteve em Belo Horizonte acompanhado de aliados como Nikolas Ferreira, Bruno Engler e o senador Cleitinho. Já no domingo (29/6), participou de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo. Apenas na terça-feira seguinte, o senador Flávio Bolsonaro anunciou a suspensão da agenda do ex-presidente para o mês de julho, seguindo recomendações médicas.

Internações frequentes

Desde que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2023, Bolsonaro foi internado cinco vezes. As causas incluem crises intestinais, infecções, procedimentos de rotina e uma cirurgia abdominal de 12 horas, a maioria relacionada a sequelas do atentado sofrido em 2018, durante a campanha presidencial.

• Agosto de 2023: check-up abdominal em São Paulo
• Fevereiro de 2024: exames para avaliação de hérnia abdominal
• Maio de 2024: internação por obstrução intestinal e infecção, com transferência entre Manaus e São Paulo
• Abril a maio de 2025: cirurgia abdominal de 12 horas em Brasília
• 21 de junho de 2025: internação breve por suspeita de pneumonia viral

Efeito na imagem e estratégia política

O cientista político Jorge Arruda avalia que as aparições de Bolsonaro na porta de hospitais fazem parte de uma estratégia para reforçar sua resiliência perante o público. “O palanque hospitalar de Bolsonaro não é acaso, é estratégia. Desde 2018, ele aprendeu a transformar o corpo ferido em símbolo político.” Apesar das limitações de saúde, o ex-presidente faz questão de se mostrar presente e utiliza roupas simples, piadas e declarações incisivas para se aproximar da população.

O próprio Bolsonaro costuma brincar sobre as limitações impostas pela saúde. “A idade pesa bastante. Já foram sete cirurgias, e eu espero que essa tenha sido a última.” As intervenções cirúrgicas incluem desde a retirada da bolsa de colostomia, em 2019, até procedimentos recentes de reconstrução abdominal.

Desafios e perspectivas

Especialistas alertam que a recorrência das internações pode afetar a imagem de vigor do ex-presidente, levando parte do eleitorado a questionar sua capacidade física para retomar a liderança política. Com as eleições se aproximando, Bolsonaro enfrenta o desafio de manter sua influência mesmo fora da disputa direta, agindo como cabo eleitoral e articulador entre aliados.

Além das questões de saúde, Bolsonaro segue no centro das investigações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, o que acrescenta mais um elemento de pressão sobre sua atuação pública e política.