A violência no Norte de Minas Gerais é impulsionada por uma combinação de desigualdade social e impunidade, conforme aponta um levantamento do Estado de Minas realizado em 2024. A influência do crime organizado, o acesso facilitado a armas e a dificuldade de resolução pacífica de conflitos também contribuem para o aumento dos delitos na região.

Contexto da Violência

As cidades do Norte de Minas, especialmente aquelas com mais de 50 mil habitantes, têm mostrado índices alarmantes de crimes violentos, incluindo estupros e homicídios. Estudo feito com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revela que o estupro representa 5% da criminalidade na região, com Janaúba registrando uma taxa de 7,7%. O estupro de vulnerável, por sua vez, atinge 13%, muito acima da média de grandes centros mineiros.

Causas Estruturais

O coronel Carlos Júnio, especialista em inteligência e segurança pública, ressalta que a criminalidade não está apenas ligada à falta de efetivo policial, mas é também resultado de fatores estruturais e sociais. "A certeza da impunidade e a fragilidade do sistema judiciário são elementos cruciais", afirma. A falta de emprego e a desesperança na melhoria da qualidade de vida agravam ainda mais a situação.

Estatísticas Alarmantes

A taxa de criminalidade violenta na região é de 120,8 por 100 mil habitantes, enquanto a vitimização por homicídio é de 10 por 100 mil. Apesar desses números alarmantes, eles estão abaixo das médias estaduais. Pirapora, com 55.606 habitantes, apresenta índices preocupantes, com 26,9 homicídios por 100 mil habitantes em 2024.

Impacto Pessoal e Social

Os números por trás da violência contam histórias dolorosas. A morte de Zélia Mariely Santos, 20 anos, brutalmente assassinada por seu ex-namorado, exemplifica a tragédia que a criminalidade traz às famílias. O crime gerou indignação e um senso de justiça quando o autor foi condenado a 45 anos de prisão, mas a dor da perda permanece para os entes queridos.

Conclusão

A situação no Norte de Minas é um reflexo das profundas desigualdades e desafios enfrentados pela sociedade. Para combater a violência, é essencial abordar não apenas a repressão criminal, mas também as causas sociais e econômicas que alimentam esse ciclo de criminalidade.