Leonardo Boff, um dos destacados teólogos da libertação, revelou detalhes de uma correspondência secreta que manteve com o Papa Francisco. Após ter sido afastado da Igreja Católica por João Paulo II e Bento 16, Boff encontrou apoio em Francisco, com quem desenvolveu um relacionamento próximo.

Colaboração para a Encíclica

Durante uma entrevista a um jornalista alemão em 2016, Boff compartilhou que ajudou Francisco na elaboração da encíclica ‘Laudato si’’, publicada em 2015. Ele afirmou: “Francisco é um dos nossos. Ele transformou a teologia da libertação num bem comum da Igreja. E ele a ampliou”.

Temas Abordados

O teólogo enfatizou a importância de ouvir os clamores tanto dos pobres quanto da Terra, a quem considera “o grande pobre” que está sendo destruído. Boff destacou que, segundo ele, é necessário “ouvir o clamor dos animais, das matas, de toda a criação torturada. A Terra inteira está gritando”.

Recomendações do Papa

Boff mencionou que Francisco fez pedidos específicos em relação à sua colaboração: “Ele me solicitou material para a ‘Laudato si’. Eu o aconselhei e enviei algumas coisas que tinha escrito”. O Papa, segundo Boff, preferiu que a comunicação não fosse feita diretamente, temendo que seus assistentes interceptassem as informações. “Manda de preferência para o embaixador argentino, com quem tenho bons contatos”, teria dito Francisco.

Agradecimentos e Reconhecimento

Um dia antes da publicação da encíclica, o embaixador argentino contatou Boff para expressar os agradecimentos do Papa pela colaboração. Essa troca de ideias e a mútua confiança refletem um novo capítulo na relação da Igreja com a teologia da libertação, destacando a relevância dos temas sociais e ecológicos na agenda do Papa Francisco.