O ministro Rui Costa, da Casa Civil, criticou a Polícia Federal em uma conversa com o presidente Lula, afirmando que, segundo sua análise, a PF abriu uma guerra contra o atual comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em meio a um caso de espionagem ilegal.

Contexto da Crítica

Na visão de Rui Costa, o vazamento de um relatório que mencionava suspeitas sobre a cúpula da Abin acabou expondo o governo, uma vez que os nomes citados foram escolhidos durante a atual gestão. A Abin, que está subordinada à Casa Civil, conta com Luiz Fernando Corrêa como diretor, que sempre manteve uma boa relação com Rui, mas também teve um canal direto com Lula, onde atuou como diretor-geral no segundo governo do presidente.

Depoimentos e Investigações

Recentemente, Luiz Fernando Corrêa e o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, foram convocados para depor à Polícia Federal sobre a chamada Abin paralela, uma prática que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro. A PF investiga também se membros da cúpula da agência, já indicados no governo Lula, interferiram ou prejudicaram as investigações relacionadas a este caso, dificultando o acesso dos policiais a informações relevantes.

Histórico de Conflitos com a PF

Esta não é a primeira vez que Rui Costa expressa críticas à atuação da Polícia Federal. Em 2023, ele já havia contestado a corporação a respeito da segurança do presidente Lula, defendendo que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) assumisse essa responsabilidade, em vez da PF. Desde então, um modelo híbrido foi adotado, sob controle do GSI.

Inquérito em Andamento

Em 2024, Rui Costa demonstrou descontentamento com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, por considerar que ele não estava tratando com a devida atenção o inquérito em andamento na Superintendência da PF na Bahia, que investiga irregularidades na aquisição de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia da Covid-19.