Um ano se passou desde que a madrugada de 14 de março de 2024 se transformou em um pesadelo para os moradores do Bairro Goiânia, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Naquela noite fatídica, um caminhão-tanque tombou e pegou fogo, causando uma linha de incêndio que se estendeu por três quilômetros e devastou os lares de várias famílias.

Memórias e Desafios

Embora as casas tenham recebido uma nova camada de tinta e algumas estejam restauradas, a realidade dentro delas é bem diferente. Muitas famílias ainda lutam na justiça por indenizações e aluguéis, ou já optaram por deixar a região devido aos traumas vividos.

A Tragédia

O caminhão, que se deslocava de Betim para Sabará, tombou às 2h25, e seu combustível vazou, criando uma ‘rua de fogo’. O motorista, Gildesio de Oliveira, de 54 anos, faleceu no acidente, e outras nove pessoas ficaram feridas, incluindo Belarmino de Freitas Miranda, que sucumbiu após semanas internado.

Relatos de Desespero

A família de Said Lúcio Santos, que estava em casa durante o incêndio, descreve momentos de pânico enquanto aguardavam o resgate. "Ficamos ali, agarrados uns aos outros, rezando para que a água não acabasse e que a janela não cedesse sob o calor intenso", recorda Said. Infelizmente, a casa foi completamente consumida pelas chamas, e a família teve que se mudar para um hotel.

Esperança e Justiça

Ainda em busca de um lar, a família judicializou o processo contra a transportadora JBretas, que prometeu suporte às vítimas. Apesar da indenização oferecida, muitos moradores sentiram que o valor foi insuficiente para cobrir os danos causados, e as disputas judiciais continuam.

Reflexão

A tragédia do Bairro Goiânia serve como um lembrete da fragilidade da vida e da importância da responsabilidade empresarial, especialmente em situações que envolvem riscos como o transporte de combustíveis. Um ano depois, as cicatrizes da explosão ainda estão presentes nas memórias e nas vidas dos moradores da região.