BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que está monitorando a operação da Polícia Federal (PF) que ocorreu nesta quinta-feira (13) e que envolve um suposto desvio em emendas parlamentares atribuídas ao deputado Afonso Motta (PDT-RS).

Reunião com Afonso Motta

Hugo Motta afirmou que planeja se encontrar com o deputado Afonso Motta ainda hoje para discutir o tema. "Os órgãos da Casa já estão acompanhando para garantir que tudo seja conduzido da forma mais correta possível. Eu devo me reunir com ele [Afonso Motta] até o final do dia", declarou o presidente da Câmara a jornalistas após uma reunião com líderes partidários.

Desvio de Emendas

Um dos principais alvos da operação da PF é Lino Furtado, chefe de gabinete de Afonso Motta, que está sendo investigado por supostas atividades relacionadas a um esquema de cobrança de propina em emendas. Embora o parlamentar esteja mencionado no inquérito, não foram realizadas buscas em sua residência.

Transparência nas Investigações

O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), também abordou o assunto, esclarecendo que as buscas no apartamento funcional de Motta estavam vinculadas ao seu assessor que residia lá. "Toda ilicitude com emendas deve ser assegurada com total transparência. A Justiça deve garantir que qualquer parlamentar que cometa ilegalidade seja responsabilizado", completou Altineu.

Operação EmendaFest

A operação, chamada EmendaFest, foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. No total, foram cumpridos 13 mandados, sendo 11 de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal, tanto em Brasília quanto em várias cidades do Rio Grande do Sul. Durante as investigações, a PF apreendeu mais de R$ 350 mil em espécie e dois telefones celulares escondidos em um escritório.

De acordo com as apurações, os envolvidos no esquema teriam se apropriado de 6% dos valores das emendas, utilizando essa quantia como uma “contrapartida” pela liberação de recursos.

Posição de Afonso Motta

Afonso Motta se manifestou através de uma nota, afirmando que nem ele nem seu gabinete foram alvos da operação e expressou sua surpresa em relação às investigações, buscando acessar os autos para entender a situação.