BRASÍLIA — Hugo Motta (Republicanos-PB), em sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, fez um apelo à oposição ao enfatizar a importância da independência do Legislativo e da imunidade parlamentar. A declaração foi feita em um discurso que precede a eleição marcada para hoje.

Compromisso com a Autonomia

Durante sua fala, Motta afirmou: "Fortaleceremos institucionalmente a Câmara para manter a autonomia e a independência do Legislativo diante de outros Poderes. Um país equilibrado é construído com a harmonia entre os espaços democráticos. Queremos uma Câmara forte com defesa de prerrogativas e da imunidade parlamentar."

Busca por Acordo com Dissidentes

A intenção de Motta é amenizar as dissidências, especialmente na bancada do PL, onde alguns membros foram aconselhados a apoiá-lo, mas há a possibilidade de que outros optem por Marcel Van Hattem (Novo-RS). A defesa da independência do Legislativo surge em um contexto em que críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) têm sido frequentes entre os deputados.

Promessas para a Gestão Legislativa

Em resposta às críticas sobre a gestão de Arthur Lira, que incluem sessões iniciadas em horários imprevisíveis, Motta se comprometeu a garantir a previsibilidade das pautas. "Buscaremos discutir temas relevantes com previsibilidade da pauta legislativa. Considero importante a retomada das sessões no começo da tarde, evitando modificações de última hora", disse ele.

Movimentação Política e Apoios

A candidatura de Motta foi impulsionada pela desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) e pela articulação que lhe rendeu o apoio de 18 bancadas. Agradecendo a Pereira, Motta comentou: "Jamais seria candidato por um projeto pessoal. Estou aqui hoje porque o presidente do meu partido, um dos meus mestres políticos, tomou a decisão mais nobre e generosa que um homem público pode tomar."

Expectativas para a Eleição

A eleição de Hugo Motta é considerada certa, com um apoio significativo que corresponde a 496 dos 513 deputados. Motta competirá contra Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), que são os únicos que não demonstraram apoio ao candidato do Republicanos.