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Como a ‘Ilha Bolsonaro’ pode influenciar a reeleição de Lula em 2026
Analista político Creomar de Souza descreve o isolamento de Bolsonaro como 'insulamento relacional' e avalia impacto nas eleições futuras
Jair Bolsonaro, inelegível e conhecido pela dificuldade em estabelecer e manter relações políticas duradouras fora do seu círculo familiar, pode acabar favorecendo a reeleição de Lula em 2026 ao não abrir espaço para um nome alternativo dentro do seu campo ideológico. Essa análise é do cientista político Creomar de Souza, fundador da Dharma Political Risk and Strategy.
O conceito de ‘Ilha Bolsonaro’
Souza explica que Bolsonaro demonstra um comportamento de “insulamento relacional”, ou seja, um isolamento sistemático que o mantém numa espécie de “Ilha Bolsonaro”. Dois padrões evidenciam isso: primeiro, o histórico político atribulado do ex-presidente, que transitou por nove partidos até se filiar ao PL; segundo, a formação de um “cordão sanitário” familiar, com seus filhos adultos participando da política – Flávio e Eduardo Bolsonaro são cotados para sucedê-lo em 2026, assim como Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, que deve se candidatar nas próximas eleições.
Implicações nas eleições de 2024 e 2026
Nas eleições de 2024, o “insulamento” de Bolsonaro, aliado à necessidade de manter sua base unida, gerou desconfiança entre lideranças do mesmo espectro político. Exemplos disso foram os apoios discretos de Bolsonaro a Ricardo Nunes (São Paulo) e Eduardo Pimentel (Curitiba), enquanto sua base demonstrava interesse em candidatos considerados “outsiders”, como Pablo Marçal e Cristina Graeml.
O cientista político observa que a postura de “autopreservação” de Bolsonaro levou Nunes e Pimentel a obterem apoio de outros líderes, como os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior. Essa flexibilidade nas alianças cria incertezas entre aliados sobre o real interesse de Bolsonaro em apoiar um candidato diferente de si para 2026.
Consequências para a direita e para Lula
Esse cenário alimenta especulações sobre a existência de um caminho político na direita menos dependente de Bolsonaro, evidenciado pelo movimento do governador Ronaldo Caiado, que já anunciou sua candidatura. Para o governo Lula, que enfrenta queda em sua popularidade e aumento da avaliação negativa, o isolamento de Bolsonaro e sua insistência em ser a figura central da direita podem facilitar a reeleição do presidente em 2026.
Concluindo, Creomar de Souza afirma que “Bolsonaro tenta conduzir a lógica político-eleitoral da direita no sentido de que esta seja vista como sinônimo de seu nome”.