{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/png/2025/03/24/1200x720/1_padrao_fotos_da_coluna_8_990x557-48509285.png?20250324074059?20250324074059
Minoritários questionam troca no comando da Tupy
Acionistas minoritários acusam interferência política do governo e questionam aptidão do novo CEO indicado
Os acionistas minoritários da Tupy manifestaram surpresa diante da decisão de substituir o atual CEO da companhia. Fernando Rizzo, que ocupa o cargo desde 2018, deixará sua posição. O BNDESPar, braço de participações do BNDES, junto à Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil que detêm 53% do capital da metalúrgica, indicaram Rafael Lucchesi para suceder Rizzo.
Reações dos minoritários
Fontes consultadas indicam que Lucchesi não conta com consenso entre os investidores minoritários, que alegam uma forte ingerência política por parte do governo na nomeação, que estaria "enfiando o nome goela abaixo" dos que se mostram insatisfeitos. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mantém uma investigação para apurar possíveis irregularidades na indicação dos ministros Carlos Lupi (Trabalho), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Vinícius Carvalho (CGU) para o conselho da Tupy, decisão que também gerou atritos entre o presidente Lula e o mercado.
Requisitos para o cargo de CEO
O nome de Rafael Lucchesi ainda não foi oficialmente confirmado, o que deverá ocorrer em reunião do conselho antes da divulgação dos resultados da empresa, prevista para o dia 27. Algumas fontes afirmam que o executivo não cumpre os critérios estabelecidos pelo estatuto do BNDES para indicações a cargos em empresas investidas pelo banco, que exigem curso superior completo e experiência mínima de três anos em cargos de gestão em empresas privadas, estatais ou públicos.
Lucchesi atualmente é diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), superintendente do Sesi e diretor-geral do Senai, instituições que fazem parte do Sistema S, considerado terceiro setor.
Posicionamentos dos envolvidos
Vinícius Marques de Carvalho, ministro da CGU, afirmou que a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência concluiu não haver conflito de interesse em sua indicação para o conselho da Tupy, e que a CVM apenas solicitou informações sobre a consulta feita à CEP, responsável por aplicar a Lei de Conflito de Interesses.
Anielle Franco, pelo Ministério da Igualdade Racial, declarou que diligências do BNDES e consulta à CEP não identificaram conflito de interesse em sua nomeação para o conselho. Já a assessoria de Carlos Lupi não retornou contato até a publicação.
Acusações e defesas envolvendo minoritários
Fontes também acusam o maior acionista minoritário da Tupy, a gestora Trígono Capital, de agir em conluio com a Previ para benefício próprio, devido a parcerias da Trígono com o BB Asset. Werner Roger, fundador da Trígono, negou as acusações, ressaltando seus 18 anos de investimento contínuo na companhia e classificando as declarações como "maldosas" e "inverídicas".
Sobre a troca de Rizzo por Lucchesi, Roger defende que o BNDES tem o direito de indicar o nome para o cargo. Outros minoritários consideram que a ausência de uma eleição com múltiplos candidatos configura "quebra de dever fiduciário" dos conselheiros.
Reação do mercado
O BTG Pactual divulgou comunicado classificando a troca no comando da Tupy como uma "decisão um tanto inesperada" que deve "levantar questionamentos". O banco recomendou que investidores aguardem maior clareza sobre a estratégia da nova gestão e o planejamento de longo prazo antes de aumentarem suas posições na empresa.