O perfil oficial do governo brasileiro utilizou as redes sociais para ironizar a investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil, que envolve o sistema de pagamentos Pix, bloqueio de redes sociais e o comércio na rua 25 de Março, em São Paulo. A investigação foi motivada pela taxação de 50% das exportações brasileiras anunciada pela Casa Branca.

Resposta do governo ao processo americano

Em uma publicação, a União afirmou: "O Pix é nosso, my friend", em referência ao sistema instantâneo de pagamentos lançado pelo Banco Central do Brasil em novembro de 2020. A legenda reforça a defesa do mecanismo: "O Pix é do Brasil e dos brasileiros! Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu? Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema Seguro, Sigiloso e Sem taxas", mencionando a carta do representante comercial do governo Trump, Jamieson Greer.

O governo brasileiro destacou ainda: "Só que o Brasil é o quê? Soberano. E tem muito orgulho dos mais de 175 milhões de usuários do PIX, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?"

Contexto da investigação americana

A administração do presidente Donald Trump iniciou no dia 15 de julho de 2025 uma investigação contra o Brasil por práticas comerciais consideradas prejudiciais às empresas americanas de redes sociais. O representante comercial Jamieson Greer afirmou que a investigação, conduzida sob a Seção 301, também avaliará serviços de pagamentos eletrônicos, citando restrições à prestação de serviços no Brasil e represálias por não censurar discursos políticos.

Trump, na semana anterior, ameaçou aplicar tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos, efetivando a ameaça com a investigação aberta, conforme carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação é parte da campanha liderada por Lula contra as tarifas impostas.

O sistema Pix no Brasil

Desde seu lançamento em 2020, o Pix se tornou o meio de pagamentos mais utilizado no país. Em 6 de junho de 2025, o sistema chegou próximo a 280 milhões de usuários, movimentando R$ 135,6 bilhões em um único dia. O Banco Central informou que este montante é o quarto maior da história para uma data, com recordes diários anteriores em dezembro de 2024, quando foram movimentados R$ 162,9 bilhões em um dia.