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Invasão de produtos chineses e escassez de mão de obra ameaçam setor calçadista no Brasil
Setor calçadista brasileiro se preocupa com o crescimento das importações e a dificuldade de contratação de trabalhadores.
Um aumento significativo na importação de calçados chineses tem gerado preocupações quanto à saúde do setor calçadista no Brasil, especialmente em 2025. Esse temor é agravado pela escassez de mão de obra e os custos crescentes, fatores que têm impactado a indústria de maneira severa nos últimos anos.
Expectativas do Mercado
Com um mercado que movimentou mais de R$ 33 bilhões em 2024, a expectativa é que a produção alcance até 904 milhões de pares em 2025, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Contudo, a entidade alerta que o aumento das importações pode colocar em risco os empregos dos 290,3 mil trabalhadores do setor.
Impacto do Tarifaço de Trump
O presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacou que as elevadas tarifas impostas por Donald Trump aos produtos chineses, que variam entre 145% e 245%, podem desviar a produção asiática para o Brasil. Embora isso possa criar oportunidades de exportação para a indústria brasileira, a maior preocupação recai sobre a saturação do mercado interno com produtos importados.
Aumento nas Importações
Entre janeiro e março deste ano, a Abicalçados observou um aumento de quase 50% nas importações de calçados, com destaque para os produtos enviados pela China, que somaram 2,55 milhões de pares apenas em março. Esse crescimento ocorreu antes da aplicação das novas tarifas e levantou questões sobre a capacidade do mercado brasileiro para suportar um fluxo maior de importações.
Preocupação em Minas Gerais
Em Minas Gerais, que concentra 14% da produção nacional de calçados, a preocupação é ainda mais intensa. O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana, Rodrigo Amaral Martins, expressou receios sobre a competitividade do setor frente à invasão de produtos de países como Indonésia, Vietnã e Camboja, que também enfrentam tarifas mais altas que as brasileiras. Martins alertou para os riscos de um dumping, onde produtos mais baratos e subsidiados invadem o mercado interno.
Desafios de Mão de Obra
Além dos riscos de importação, Minas Gerais enfrenta dificuldades na contratação de mão de obra. O presidente do Sindnova mencionou que a cidade de Nova Serrana historicamente apresenta uma oferta de emprego maior do que a de trabalhadores disponíveis, o que se agravou em tempos recentes. Conversas estão em andamento para diversificar as condições de trabalho e atrair novos colaboradores.