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Expectativa e Protocólo: A Visita do Presidente Lula ao Japão
Acompanhado de gestos políticos e acordos bilaterais, os resultados práticos da visita ainda levarão algum tempo para se concretizarem.
TÓQUIO – Desde 2019, o imperador Naruhito não recebia um convidado para uma visita de Estado. Donald Trump, na reta final de seu primeiro mandato, foi o último a ser homenageado. Após a pandemia, quase seis anos se passaram, e na ensolarada manhã desta terça-feira, 25, no Japão, as portas do Palácio Imperial foram novamente abertas, desta vez para o presidente do Brasil.
Chegada e Cerimônia
Às 9h20, hora local, uma limusine da frota imperial, escoltada por batedores, entrou na área do palácio. O carro, decorado com o selo imperial e uma miniatura da bandeira brasileira, trouxe Lula e a primeira-dama, Janja da Silva. O casal imperial, Naruhito e a imperatriz Masako, aguardavam na entrada do grande salão para recepcioná-los. Militares em uniformes de gala, uma banda de metais ensaiada e crianças agitando bandeirolas completavam a cena no vasto pátio, que é comparável a três campos de futebol.
Protocolos e Negociações
Após cumprimentar o casal imperial, Lula percorreu um circuito de tapetes vermelhos e passou em revista as tropas. Na recepção, a banda executou clássicos brasileiros como “Aquarela do Brasil” e “Asa Branca”. Embora a Constituição limite os poderes do imperador, sua presença representa a unidade do povo japonês e simboliza a importância da ocasião.
Banquete e Discursos
Mais tarde, Lula e sua comitiva participaram de um banquete no mesmo palácio, onde o protocolo exigia trajes formais. No entanto, em uma exceção acordada devido à aversão de Lula a smoking, o dress code foi ajustado para terno e gravata. O cardápio também sofreu modificações, com pratos individuais sendo servidos.
Durante os discursos, Lula mencionou a contribuição histórica do Japão ao Brasil em diferentes áreas, afirmando: “Japão e Brasil são parceiros estratégicos. Compartilhamos valores como a democracia, a paz, o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável.” Naruhito enfatizou a importância das relações entre os dois países, relembrando sua primeira visita ao Brasil em 1982.
Resultados Futuro da Visita
Enquanto a visita é marcada por gestos políticos e acordos bilaterais, os resultados práticos, como a liberação da importação de carne bovina brasileira, ainda devem levar tempo. Embora haja previsão de assinatura de diversos acordos, decisões essenciais dependerão de avaliações futuras. O Brasil espera, dentro de seis meses, a visita de uma missão japonesa para realizar inspeções técnicas, o que poderá liberar o acesso ao mercado japonês, estimado em US$ 4 bilhões anuais.
A balança comercial entre os dois países, que somou US$ 11 bilhões no ano anterior, busca retornar a níveis mais altos, próximos aos US$ 20 bilhões. Uma encomenda significativa de 20 aeronaves da Embraer por uma companhia japonesa, All Nippon Airways, também está nos planos futuros, totalizando uma operação de US$ 1,6 bilhão.