A justiça determinou que o estado de Minas Gerais pague uma pensão para a filha de Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, que faleceu enquanto era conduzida pela Polícia Militar de Governador Valadares (MG), na Região do Vale do Rio Doce, em novembro do ano passado. A informação foi confirmada pelo pai da jovem e pelo advogado da família ao Estado de Minas.

Repercussão da Decisão

O pai da jovem, Reginaldo Santos, comemorou a decisão, afirmando: “A Thainara que trabalhava para arcar com as despesas e o sustento de minha neta e, quando aconteceu o ocorrido, ficamos sem muitos recursos. Essa pensão que o juiz concedeu vai ajudar muito nas despesas e no tratamento médico da minha neta”. A filha de Thainara, que tem 5 anos, é diagnosticada com nanismo.

Contexto do Caso

De acordo com os advogados da família, Márcio dos Santos e Matheus Lopes Santos, o pedido da defesa é que a pensão seja paga à filha de Thainara até os 25 anos. “A decisão da justiça nos deixou muito satisfeitos, como advogados e como humanos. A jovem trabalhava muito para sustentar a menina”, destacaram.

Eventos Trágicos

A jovem morreu ao ser detida pela polícia ao tentar proteger o irmão, que é autista, durante uma abordagem em casa. A mãe de Thainara, Juciléia dos Santos da Cruz, de 46 anos, relata que ela e o irmão foram agredidos pelos policiais e que a irmã tentou defendê-lo. Thainara estava grávida de quatro meses no momento de sua morte.

Testemunhos e Evidências

Um vídeo, feito por vizinhos, mostra os últimos momentos da jovem, com populares alertando os policiais sobre a condição do irmão. Apesar das advertências, a polícia utilizou força para imobilizá-los. A jovem foi levada a um hospital, mas chegou inconsciente e foi declarada morta no local. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a causa da morte foi asfixia mecânica, decorrente da intervenção policial.

Busca por Justiça

Reginaldo, pai de Thainara, expressou seu desejo de justiça, afirmando: “A decisão do juiz não traz minha filha de volta, mas vai ajudar a continuar a rotina que Thainara fazia para cuidar bem da filha dela. Agora nós queremos justiça para que os culpados sejam responsabilizados e presos como segue a lei”. O caso está sob sigilo judicial.