BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta terça-feira (18), ter "zero preocupação" com a possível denúncia contra ele que deve ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia deve ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta semana. "Eu não tenho nenhuma preocupação com as acusações. Zero, zero", disse após um almoço com líderes da oposição que compõem sua base política no Senado Federal.

Expectativa sobre a Denúncia

Bolsonaro explicou que está "aguardando a chegada" da denúncia e espera ter acesso aos autos. "Você já viu a minuta de golpe? Não viu, eu também não vi. Você já viu a delação do Cid? Não, eu também não vi. Estou aguardando", completou, referindo-se à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi seu ajudante de ordens no Palácio do Planalto.

Indiciamento e Investigações

O material embasou as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que indiciaram Bolsonaro e mais 39 pessoas entre novembro e dezembro. A PF afirmou que Bolsonaro teria estado envolvido nas negociações de um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando perdeu a reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sobre a Anistia

Na mesma ocasião, Bolsonaro comentou que acredita já ter os votos necessários para aprovar na Câmara dos Deputados um projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023. "Hoje o que eu sinto, conversando com parlamentares como do PSD, a maioria votaria favorável. Eu acho que na Câmara já tem quórum para aprovar a anistia", declarou.

Críticas à Inelegibilidade

Bolsonaro, que é inelegível até 2030, destacou que o texto atual não prevê perdão a ele e questionou a dosimetria das condenações de envolvidos na depredação das sedes dos Três Poderes. Ele também criticou a legislação da Lei da Ficha Limpa, afirmando que está sendo utilizada para beneficiar a esquerda e perseguir a direita, colocando em dúvida as condenações que sofreu na Justiça Eleitoral.