Nos últimos meses, a Barragem B2 da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Arcos, no Centro-Oeste de Minas Gerais, viu seu nível de alerta elevado devido a um maciço que excede em quatro metros o previsto no projeto de licenciamento. Com um volume de água e sedimentos que ultrapassa em mais de um terço a capacidade licenciada, a situação se torna ainda mais crítica nesta temporada de chuvas (outubro de 2024 a março de 2025).

Impacto das Chuvas e Riscos Associados

As chuvas intensas e as mudanças climáticas contribuem para agravar a segurança das barragens em Minas Gerais. No caso específico da B2, um eventual colapso poderia desencadear o rompimento da Barragem B3, colocando em risco cerca de 100 pessoas e danificando propriedades, plantações e até usinas fotovoltaicas na região.

Histórico de Tragédias e Medidas de Segurança

A situação atual traz à tona memórias de tragédias passadas, como os desastres de Mariana e Brumadinho, que resultaram em 291 mortes e danos ambientais significativos. Entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, o número de barragens desativadas aumentou 50%, refletindo a intensificação das fiscalizações pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Condições Estruturais e Desafios de Manutenção

Embora a ANM tenha reportado uma redução no número de barragens em Nível de Alerta, algumas delas evoluíram para Nível de Emergência, onde os danos exigem controle imediato. As barragens B2 e B3 estão em processo de descaracterização, enquanto a falta de documentação original e a idade avançada das estruturas aumentam o risco de falhas.

Consequências Potenciais de um Colapso

Um colapso das barragens da CSN pode resultar em uma inundação devastadora, afetando a infraestrutura local, propriedades e ecossistemas, incluindo o Rio Candonga, um importante afluente do Rio São Francisco. A ANM classifica a Categoria de Risco das barragens como alta, destacando a necessidade de atenção contínua e medidas de segurança rigorosas.

Posição da Mineradora CSN

A CSN Cimentos garante que suas barragens estão estáveis e que não houve alterações significativas em sua segurança. Estão sendo realizadas intervenções pontuais para aumentar a segurança das estruturas, com previsão de conclusão em março de 2025.