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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/politica/2022/7/politica-marcelo-arruda-foi-morto-em-sua-festa-de-aniversario-tematica-de-50-anos-1709170200.jpeg
Julgamento de homem que matou petista em festa de aniversário avança em Curitiba
Defesa alega que réu não se recorda do crime devido a sequelas neurológicas
BRASÍLIA - A defesa de Jorge Guaranho, ex-policial penal acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda durante a festa de aniversário dele, em 2022, alegou que o réu sofre de sequelas neurológicas e não se lembra do dia do crime. Nesta quarta-feira (12), o Tribunal do Júri de Curitiba (PR) retomou o julgamento do crime, que foi investigado como motivação política.
Contexto do Crime
O crime ocorreu em julho de 2022, quando Guaranho invadiu a festa de aniversário de 50 anos de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. O evento, que celebrava a data com uma temática petista, com símbolo do PT e foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi interrompido por Guaranho, eleitor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disparou contra o guarda municipal. Os dois trocaram tiros e ficaram feridos, mas o petista não resistiu e morreu.
Detalhes do Julgamento
Guaranho, que teve um projétil alojado no cérebro e sofreu danos neurológicos e cognitivos irreversíveis, foi alvo de tiros e agredido com chutes após ser baleado. O ex-policial estava em prisão domiciliar desde o final de 2023 e compareceu à audiência utilizando muletas. De acordo com o advogado Samir Mattar Assad, devido a lesões sofridas durante o incidente, o réu não possui memória do que ocorreu. "Jorge não se lembra de absolutamente nada daquele dia. Tudo o que ele sabe é o que foi relatado a ele por meio do processo", justificou o defensor.
Motivação Política
A acusação sustenta que o crime teve motivação política, com Guaranho agindo de forma premeditada ao invadir a festa e disparar contra pessoas com visões políticas divergentes. A defesa do réu, por outro lado, alega que ele atirou para se defender após uma discussão.
Depoimentos das Testemunhas
Durante o início do júri, na terça-feira (11), quatro testemunhas foram ouvidas. A primeira a depor foi Pamela Silva, companheira de Marcelo, que reafirmou que o motivo da invasão de Guaranho foi político. "Não conhecíamos esse cidadão. Se não foi um ato político, gostaríamos de saber o que ele foi fazer lá", declarou Pamela, rebatendo a defesa, que tenta afastar a qualificação relacionada à motivação política.
Em depoimento nesta quarta-feira, Edemir Alexandre Riquelme Gonsalves, amigo de Marcelo e tio de Pamela, reforçou que a festa não tinha a intenção de ofender ninguém, mesmo com a presença de pessoas com diferentes opções partidárias. "Era uma brincadeira, uma coisa cômica. Não me senti ofendido em nenhum momento. Estávamos todos felizes e celebrando. Ninguém conhecia o Jorge Guaranho", disse ele, lembrando que, ao ouvir Guaranho gritar "aqui é Bolsonaro", pensou inicialmente que fosse uma piada. Gonsalves questionou a atitude do réu, ressaltando a audácia de atirar em um local com presença de policiais. "Quem em sã consciência teria coragem de atirar, mesmo vendo um distintivo de policial? Isso não foi uma reação normal. Ele estava buscando encrenca", concluiu.
Expectativas do Julgamento
A acusação de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e perigo comum) permanece, enquanto o julgamento segue com a expectativa de que a sentença seja proferida já nesta quinta-feira (13).