{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/02/25/520x405/1_wmc4claudia-47174724.jpg?20250225184432?20250225184432
A trajetória de Claudia Wonder é transformada em livro por Dácio Pinheiro
O novo livro é uma coletânea de depoimentos e memórias da artista travesti, ícone do underground paulistano.
O diretor e produtor Dácio Pinheiro acaba de lançar 'Claudia Wonder – Flor do asfalto', uma obra que se baseia em depoimentos da artista travesti e icônica do movimento LGBTQIAPN+, Claudia Wonder (1955-2010). Pinheiro, que já admirava e acompanhava o trabalho de Claudia desde 2003, decidiu revisitar os arquivos do documentário 'Meu amigo Claudia', lançado em 2009, e extrair um novo formato a partir das gravações que não entraram no filme devido ao limite de tempo.
Recuperação da Memória
O autor do livro ressalta a importância de corrigir informações incorretas que circulam sobre Claudia. “Tenho lido coisas sobre a Claudia que não correspondem à verdade, coisas que ela nunca disse. Esse livro é uma forma de resgatar a memória dela por meio de sua própria voz”, explica Pinheiro. O livro inclui um prefácio da escritora travesti Amara Moira e um posfácio do jornalista Neto Lucon, além de textos dedicados a Claudia por Caio Fernando Abreu e Glauco Mattoso.
Formato e Estrutura
'Claudia Wonder – Flor do asfalto' é ilustrado com fotografias, recortes de jornais e outras raridades do acervo da artista. De acordo com Pinheiro, o livro foi organizado como um documento que permite que as memórias de Claudia emergem em primeira pessoa, criando um registro impactante de uma época. “Quando comecei a rever as entrevistas, percebi que muitas coisas mudaram em relação àquela época, e outras não. Achei interessante revelar essa São Paulo de 15 anos atrás, de forma a possibilitar uma reflexão sobre como as coisas evoluíram”, comenta.
Legado e Pioneirismo
A história de Claudia é marcada por sua pluralidade artística, que inclui atuações em cabarés, pornografia, e participações em montagens teatrais de vanguarda. Ela também lutou pela visibilidade e pelos direitos da comunidade LGBTQIAPN+. Pinheiro explica que, embora existam hoje artistas trans com maior espaço na música, Claudia enfrentou muitos desafios na década de 1980 para concretizar seu sonho de gravar um disco, que só se concretizou em 2007 com 'Funky disco fashion'.
Reflexões Finais
O livro não apenas homenageia Claudia, mas também provoca uma reflexão sobre as conquistas e retrocessos no cenário LGBTQIAPN+. Dácio Pinheiro destaca que a luta por visibilidade continua, e as portas abertas por Claudia ajudaram a pavimentar o caminho para novas gerações, como a deputada Erika Hilton no Congresso Nacional. 'Claudia batalhou muito por esse espaço nos anos 1980', conclui Pinheiro.