O titular da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, recomendou que o governo Lula mantenha uma postura unificada nas manifestações sobre as recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos. A medida, que eleva em 25% as tarifas sobre importações de aço e alumínio, impacta diretamente as exportações brasileiras.

Orientação e Dissonância

De acordo com membros do governo, Sidônio solicitou que os ministros harmonizassem seus discursos com as diretrizes do Palácio do Planalto, especialmente após episódios em que alguns ministros divergiram das recomendações nas comunicações oficiais. Em sua primeira reunião ministerial de 2025, ele mencionou a existência de uma falha significativa entre política, gestão e comunicação, indicando que estas áreas estavam operando de forma descoordenada.

Fortalecimento da Imagem do Presidente

Sidônio também expressou sua intenção de promover maior visibilidade para o presidente Lula, sugerindo um aumento nas aparições e entrevistas públicas do líder. No contexto do Partido dos Trabalhadores (PT), ele enfatizou que Lula deve ser o 'motor do conteúdo' do governo.

Reações e Comunicação Governamental

Na semana anterior, Sidônio teve uma conversa direta com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que mencionou a possibilidade de reajuste do Bolsa Família sem o consentimento da Presidência. Como consequência, a Casa Civil precisou divulgar uma nota negando qualquer estudo sobre um aumento. Além disso, os ministros passaram a adotar uma retórica mais cautelosa em relação às tarifas impostas pela administração Trump.

Posição sobre a Guerra Comercial

Recentemente, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou que o Brasil não está interessado em uma guerra comercial com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, Sidônio tem pedido uma padronização nas comunicações, reforçando que qualquer futuro posicionamento do governo será divulgado e decidido pelo Palácio do Planalto.

Negativa de Novas Taxas

No mesmo dia em que Trump anunciou o aumento das tarifas, a Secom negou que o governo brasileiro pretendesse implementar taxas sobre plataformas digitais norte-americanas como retaliação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também afirmou que tal hipótese não estava em discussão, embora o governo estude outras formas de compensar a perda de receita causada pela taxação americana.