Com o início de 2025, o governo e os consumidores estão atentos ao comportamento dos preços de alimentos essenciais, como carne, café, laranja, óleo de soja e azeite. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a inflação de janeiro teve uma alta de 0,16%, acumulando 4,56% em 12 meses, o que representa uma desaceleração em relação aos 4,83% do mês anterior.

Contexto Econômico

A redução no preço da energia elétrica residencial, que caiu 14,21% devido ao 'bônus de Itaipu', foi um fator que ajudou a controlar a inflação. No entanto, os preços de alimentos e bebidas subiram 0,96% em janeiro, com destaque para a carne, que aumentou 0,36% e acumulou 21,17% em 12 meses, superando a inflação geral.

Expectativas para a Carne

Segundo André Braz, coordenador de Índices de Preços na FGV, a alta no preço da carne reflete a combinação da desvalorização da moeda, que elevou as exportações, e a redução no rebanho devido ao abate de fêmeas, que são as responsáveis pela reprodução de bezerros. A previsão é que os preços continuem elevados, uma vez que a recomposição dos rebanhos leva tempo.

O Mercado do Café

O café moído apresentou uma alta acumulada de 50,35% em 12 meses até janeiro. A escassez de oferta, resultante de condições climáticas adversas, deve persistir em 2025, o que pode continuar a pressionar os preços para cima, conforme a análise de Braz.

Impacto nos Preços da Laranja e do Óleo de Soja

A laranja também teve um aumento significativo, com alta de 59,56% na laranja lima e 34,52% na laranja pera em um ano. O clima seco afetou a produção, e a safra para 2024/25 deve ser 27% menor. Em contraste, o óleo de soja teve uma alta de 24,55%, mas a expectativa de safra recorde pode oferecer uma perspectiva de desaceleração nos preços.

A Situação do Azeite

Por fim, o azeite, que já acumulava um aumento de 17,24% em um ano, enfrenta pressões devido a secas em países produtores. Contudo, uma melhora nas safras na Espanha traz um cenário de preços internacionais em queda, embora o câmbio continue a dificultar uma redução significativa no Brasil.