A disputa pela presidência do PT, que parecia tranquila sob a aprovação de Lula ao ex-ministro Edinho Silva, transformou-se em um verdadeiro campo de batalha. O conflito não se dá mais apenas entre correntes ideológicas, mas agora assume um caráter federativo, marcando um embate entre São Paulo e o Nordeste.

Protagonismo do Nordeste

A maior facção do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil), que inclui Lula, Edinho e o cearense José Guimarães, está exigindo um maior protagonismo nacional. O desempenho eleitoral expressivo de Lula e de candidatos nordestinos gerou um “couro” nos paulistas, levando à crescente insatisfação deste grupo.

Reunião e Ações Futuras

No final de semana passado, Edinho Silva ressaltou a necessidade de uma “valorização” do Nordeste. Porém, ele fez um alerta: “É um erro e um equívoco nós regionalizarmos o PT. Não somos uma federação de regiões.” Para buscar uma solução que acomode todas as partes, Lula está considerando movimentações no alto escalão, como a possível troca de Marcio Macêdo, sergipano, por Gleisi Hoffmann, paranaense, além da possível substituição do ministro Paulo Teixeira, paulista, por um gaúcho ou outro nordestino.

Discussão sobre São Paulo

Mesmo outros líderes de correntes mais à esquerda dentro do PT se envolveram no debate sobre a relevância do estado de São Paulo como motor de mudanças políticas e como o berço do partido. O que é intrigante é que, em meio a uma crise internacional crescente, que se intensifica na Era Trump, Lula se vê dividido entre os interesses regionais e a gestão de crises mais amplas.