A celulose não foi incluída na taxação de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O setor, considerado estratégico, atuou em conjunto com o governo brasileiro e consultorias especializadas nos EUA para evidenciar a relevância do mercado norte-americano para seus negócios.

Posicionamento da Cenibra

A Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira), uma das maiores fabricantes mundiais de celulose de eucalipto e instalada em Belo Oriente, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, acompanha atentamente os desdobramentos do tarifaço. Em nota enviada à TV Sim Brasil, a empresa afirma que "a exclusão não gera conforto, pois entendemos que a tarifação impacta a dinâmica do mercado mundial e outros setores da economia brasileira". O tarifaço entrará em vigor a partir de 7 de agosto de 2025.

A Cenibra destaca que continuará apoiando as iniciativas das entidades de classe que representam o setor e manterá seus planos de investimentos e produção, com foco em eficiência, sustentabilidade e atendimento aos mercados estratégicos.

Dados de exportação e importância do mercado dos EUA

No ano de 2024, o Brasil exportou 18,5 milhões de toneladas de celulose, conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Deste total, 2,8 milhões de toneladas foram destinadas aos Estados Unidos, incluindo 1,8 milhão de toneladas de celulose de eucalipto, produto desenvolvido especialmente para atender às exigências específicas dos clientes norte-americanos.

Manifestação da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)

Após a assinatura do decreto do tarifaço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de julho de 2025, a Ibá também se posicionou. Em nota oficial, o presidente da associação, Paulo Hartung, expressou o desejo de que "sejam em breve restabelecidos os históricos padrões de relacionamento comercial entre o Brasil e os EUA".

Hartung ressaltou que a celulose de fibra curta à base de eucalipto é uma matéria-prima que não é produzida nos Estados Unidos, destacando a importância da parceria comercial entre os dois países. Ele comentou que "ao longo de décadas, produtores brasileiros e importadores norte-americanos desenvolveram, por exemplo, tipos de celulose adaptados, em termos de qualidade técnica, às exigências dos seus clientes para itens de primeira necessidade do consumidor local, como papel higiênico, guardanapo e toalha de papel, entre outros".