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EUA mantêm sobretaxas para café brasileiro devido a outros fornecedores
Decisão do governo dos EUA impacta exportações do Brasil, maior fornecedor individual de café aos americanos
Os Estados Unidos decidiram não isentar o café brasileiro das sobretaxas impostas recentemente, fundamentando-se na existência de outros fornecedores disponíveis no mercado americano. Essa posição foi informada por um integrante da Casa Branca com acesso às negociações.
Expectativas e contexto das negociações
Antes do anúncio oficial, havia no Brasil a expectativa de que o café seria poupado das tarifas, especialmente após declarações do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que mencionou a possibilidade de tarifa zero para produtos não produzidos nos EUA. No entanto, o decreto do presidente Donald Trump que definiu as tarifas não incluiu o café na lista dos quase 700 itens de exceção.
Implicações para o setor brasileiro
Representantes do setor brasileiro ainda consideram a possibilidade de o café ser beneficiado por uma exceção global, mas essa hipótese perdeu força após consultas ao governo brasileiro. De acordo com as autoridades, a tarifa considera tanto o produto quanto o país de origem, o que significa que, mesmo em caso de exceção global, o café brasileiro continuaria sujeito à sobretaxa de 50%, o que poderia prejudicar sua competitividade frente a outros países.
Pressões e negociações futuras
Para que o café seja efetivamente poupado das tarifas, seriam necessárias negociações bilaterais, o que pode levar os EUA a pressionar o Brasil por concessões. O governo brasileiro e o setor produtivo prometem continuar a pressionar por exceções em diferentes frentes, incluindo o uso de escritórios de lobby nos EUA para tentar reduzir a taxação.
Importância do Brasil no mercado americano
O Brasil é o maior fornecedor individual de café aos EUA, respondendo por 20% a 30% das importações americanas, conforme as safras. O país também é um importante fornecedor de açúcar de cana e carne bovina para os EUA, com participações de 12% e 9%, respectivamente.
Desafios para substituição do café brasileiro
Algumas empresas americanas avaliam substituir o café brasileiro por produtos do Vietnã ou México, mas essa mudança apresenta dificuldades, pois os grãos desses países têm qualidade diferente e os preços tendem a subir devido à redução da oferta mundial. A Colômbia, segundo maior fornecedor, enfrenta uma taxa de 10%, inferior à do Brasil, mas sua capacidade de aumentar a produção para suprir a demanda é limitada.
Posição da indústria e impactos no consumidor
Tom Madrick, vice-presidente da Associação das Marcas de Bens de Consumo, que inclui empresas como Coca-Cola e Nestlé, destacou a importância das negociações para aliviar o impacto das tarifas sobre insumos essenciais. Embora a associação tenha comemorado isenções para produtos como polpa de eucalipto, o café não foi incluído nas exceções, o que preocupa o setor.
O preço do café nos EUA já apresentou aumento neste ano, passando de US$ 5,99 para US$ 7,93 por meio quilo de café torrado moído entre maio de 2024 e maio de 2025, segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho americano. O economista Ryan Cummings prevê que, caso as tarifas permaneçam, o consumidor americano poderá sentir um aumento de cerca de 25 centavos de dólar no preço final do produto em até três meses devido à dependência do café brasileiro.