{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/07/19/0add09c0_6335_11f0_89ea_4d6f9851f623-56932647.jpg
Pix é mais eficiente que métodos americanos e motivo de investigação, diz ex-presidente do Banco Central
Henrique Meirelles defende negociação sobre tarifa de 50% dos EUA e destaca eficiência do Pix frente a sistemas pagos por Big Techs
Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, avaliou que a inclusão do Pix na lista de alvos de investigação comercial dos Estados Unidos reflete a eficácia do sistema brasileiro. Em entrevista à BBC News Brasil, ele qualificou o Pix como "rápido e eficiente" e superior aos métodos de pagamento americanos.
Contexto da investigação comercial dos EUA
Na terça-feira (15/07), o governo do presidente Donald Trump anunciou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, após declarar uma tarifa de 50% para produtos brasileiros exportados aos EUA. Entre as alegações a serem apuradas, estão supostas irregularidades na adoção do Pix, criado pelo Banco Central no governo Temer e lançado em 2020.
Meirelles acredita que a motivação central para o foco no Pix é a concorrência que o sistema oferece para grandes empresas americanas, como Google, Apple e Meta. Segundo ele, "Trump fala que isso está prejudicando o sistema de pagamento das empresas americanas, que são basicamente oferecidos pelas Big Techs."
Perspectivas para negociação e retaliação
O ex-ministro defende que o governo brasileiro negocie a revisão da tarifa de 50% imposta pelos EUA e, se necessário, ceda em algumas tarifas que atualmente o Brasil aplica contra os Estados Unidos. Disse também que decisões judiciais brasileiras, como as do Supremo Tribunal Federal que envolvem responsabilização de mídias sociais, são "inegociáveis" e não devem ser objeto de tratativas.
Sobre a possibilidade de retaliação, Meirelles indicou que medidas isoladas podem ser adotadas, mas descartou uma resposta tarifária generalizada, alertando para os efeitos inflacionários dessas medidas.
Relações econômicas e comerciais do Brasil
Henrique Meirelles destacou que o Brasil deve focar na proteção de sua economia buscando novos mercados, especialmente na Ásia, com ênfase na China, que é tanto grande importadora quanto exportadora. Ele afirmou que não há grandes problemas nas relações com a China e que o principal atrito é com o governo Trump.
Além disso, Meirelles comentou que o Brasil aplica taxações generalizadas para proteger setores internos, sem favorecer países específicos como México e Índia, contrariando algumas alegações americanas.
Entrevista e análise
Meirelles comentou ainda sobre as motivações políticas e econômicas por trás das tarifas americanas, as perspectivas para o comércio global e a estratégia brasileira frente à crise tarifária. Ele ressaltou que o Pix representa uma competição oficial do governo brasileiro contra sistemas americanos de pagamento, e que sua maior eficiência é o que incomoda as empresas americanas.
O ex-presidente do Banco Central também avaliou medidas regulatórias recentes no Brasil, como o aumento do IOF, e analisou propostas fiscais que podem impactar a competitividade do país, sempre com foco no equilíbrio entre arrecadação e crescimento econômico.
Em todas as declarações, Meirelles mantém que o Pix é um sistema eficiente e benéfico à economia nacional, e que as acusações americanas têm motivações tanto políticas quanto econômicas.