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Hipercentro em movimento: comércio de rua de BH busca se reinventar
Lojistas e clientes do Centro de Belo Horizonte adotam estratégias para enfrentar a concorrência digital e recuperar o movimento pós-pandemia
O comércio de rua no Hipercentro de Belo Horizonte está passando por um processo de reinvenção para atrair e fidelizar clientes em um mercado cada vez mais competitivo, principalmente diante do crescimento das vendas on-line e da recuperação após a pandemia de COVID-19. O atendimento personalizado e a possibilidade de testar os produtos pessoalmente são destacados como vantagens pelas lojas e pelos consumidores.
Desafios e estratégias dos lojistas
Vânia Rodrigues, gerente de uma loja de produtos de beleza na Rua Caetés, comenta que a concorrência das vendas pela internet impactou o movimento das lojas físicas. Para atrair clientes, além de promoções nas vitrines, a loja utiliza anúncios por meio de caixas de som na calçada, reforçando a importância da abordagem direta ao cliente.
Clarice de Paula, vendedora de uma loja de roupas na Avenida Paraná, destaca o uso das redes sociais para divulgar promoções e novidades, buscando levar o público do ambiente digital para a loja física. "A gente vai lá no on-line e arruma um jeitinho de trazer eles para loja. E, devagarinho, as vendas estão voltando", diz.
Perfil dos consumidores e valor do atendimento presencial
Segundo Marcelo de Souza e Silva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o consumidor mineiro valoriza a variedade e os preços do Centro, além do contato direto com os produtos. "Tem uma característica do mineiro que é pegar o produto que vai comprar. Ele gosta de ver e conferir o que viu na internet, nas redes sociais. Então, isso é um fator positivo para os lojistas", explica.
Vânia Rodrigues reforça que a venda on-line "não tem alma" e que o atendimento presencial cria uma experiência única para o cliente. A decoradora Tainara Gonçalves de Oliveira destaca que, mesmo quando não pretende comprar, o bom atendimento a incentiva a levar algo da loja.
Fidelização e experiência de compra
Luiz dos Santos Neto, vendedor com mais de duas décadas de experiência no Hipercentro, afirma que o que mantém as lojas é a clientela fiel, conquistada por meio do atendimento dedicado. "Comércio hoje em dia é tudo uma questão de boa vontade e paciência", comenta.
Michele Mara, gerente comercial de lojas de calçados na Rua São Paulo, destaca que o preço competitivo é o principal atrativo e que o atendimento precisa ser uma experiência de troca para fidelizar o cliente, combinando estratégias digitais com o contato pessoal.
Adaptação pós-pandemia e perspectivas de recuperação
A pandemia trouxe mudanças nos métodos de venda, como a necessidade de cadastrar clientes para manter o contato e fortalecer a fidelização, conforme relata Marcelo de Souza e Silva. A Câmara de Dirigentes Lojistas tem incentivado essas práticas para enfrentar os reflexos do período mais crítico.
Pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais aponta que oito em cada 10 empresários sofreram prejuízos com a pandemia, mas há otimismo para o segundo semestre de 2025, quando se espera uma melhora nas vendas em decorrência da recuperação do poder de compra.
Reocupação e revitalização do Centro
A médio e longo prazo, os comerciantes apostam em resgatar o papel do Hipercentro como polo econômico de Belo Horizonte, promovendo a reocupação com moradias e a revitalização urbana. Marcelo de Souza e Silva destaca a importância de transformar prédios comerciais vazios em residenciais para requalificar a região, que possui uma história marcante na cidade.
Dados da Fundação João Pinheiro e do IBGE apontam um déficit habitacional significativo em BH e muitos imóveis desocupados, o que reforça a necessidade de estratégias para revitalizar o Centro e fortalecer seu comércio.