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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/economia/2021/10/economia-preco-da-csrne-carne-de-boi-acougues-de-bh-mercado-mineiro-1709110247.jpeg
Tarifas de 50% impostas pelos EUA podem causar perdas bilionárias ao setor de carnes bovinas
Setor de carnes bovinas projeta impacto de US$ 1,3 bilhão em 2025 e alerta para riscos de retaliações e necessidade de diversificação de mercados
A imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, poderá gerar perdas de US$ 1,3 bilhão para o setor de carne bovina em 2025. Caso a medida seja mantida nos anos seguintes, as perdas podem ultrapassar US$ 3 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Crescimento das exportações e dependência dos EUA
Em relatório divulgado pela Abrafrigo, observa-se que as exportações brasileiras de carne bovina e seus subprodutos cresceram 27,93% em receita no primeiro semestre de 2025, atingindo US$ 7,446 bilhões. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado para esses produtos, com vendas de US$ 1,287 bilhão no período, representando um aumento de 99,8% em comparação a 2024.
Produtos mais afetados pelas tarifas
Entre os produtos que sofrerão maior impacto estão as carnes desossadas congeladas, cuja tarifa poderá saltar de 36% para 76% do valor FOB; o sebo bovino, que terá um aumento de 286%, alcançando 54% do preço médio; e o corned beef (preparações alimentícias), com alta de 384% na tarifa.
"Verifica-se, assim, elevada dependência dos EUA nas exportações de preparações alimentícias e conservas bovinas (65,1%) e de sebo bovino fundido (99,9%), produtos cujos exportadores poderão encontrar maior dificuldade de redirecionar suas exportações caso seja confirmada a nova tarifa de 50% anunciada pelo governo dos EUA aos produtos brasileiros", destaca a Abrafrigo.
Diversificação de mercados e medidas recomendadas
A China permanece como principal compradora, absorvendo 43% das exportações brasileiras de carne bovina. O relatório indica que o Brasil deve acelerar a diversificação de mercados, ressaltando o crescimento expressivo de países como Chile, México e Rússia em 2025. O México, por exemplo, ampliou suas compras em 236% no primeiro semestre.
Diante do cenário, a Abrafrigo solicita ao governo brasileiro que adote medidas urgentes, como negociações diplomáticas com os Estados Unidos para evitar a imposição da tarifa, evitando retaliações que possam agravar a situação. Além disso, recomenda a agilização de acordos comerciais para abertura de novos mercados e ações para desburocratizar os processos de exportação, mitigando os efeitos da medida.
A entidade também alerta para o risco de retaliações que possam encarecer a importação de insumos pecuários, impactando toda a cadeia produtiva. "A tarifa adicional de 50% anunciada pelo governo dos EUA pode inviabilizar, pela sua magnitude e impacto, a continuidade das exportações de carnes bovinas para aquele país, o que reforça a necessidade de busca por novos mercados", conclui a Abrafrigo.