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Governo busca conter crise no IBGE sem pedido de demissão de Pochmann
Suspensão da criação da fundação e garantia de verbas para o Censo são ações para restaurar a credibilidade do instituto.
Diante da crise instalada no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que se arrasta há meses e ameaça a credibilidade do órgão responsável pelo cálculo de indicadores que são referência para a economia, como IPCA (índice oficial de inflação) e o PIB (nível de atividade econômica), o governo esperava que o presidente Márcio Pochmann renunciasse ao cargo. Segundo pessoas próximas, porém, isso não deve ocorrer porque não combina com o perfil dele.
Medidas do Governo
Para tentar pacificar a queda de braços travada entre o presidente e o corpo técnico da instituição, a saída encontrada pela ministra Simone Tebet (Planejamento), a quem o instituto está vinculado, foi suspender a criação do IBGE+, a fundação de apoio à inovação científica e tecnológica do IBGE que Pochmann deseja criar. Além disso, o governo condicionou o debate amplo sobre o tema, garantindo a participação dos funcionários e do Congresso Nacional.
Objetivo da Fundação
A fundação foi proposta como alternativa para gerar receitas adicionais com a venda de serviços de pesquisas e indicadores para o setor privado. Contudo, segundo interlocutores oficiais, é necessário encontrar um formato jurídico e gerar consenso em torno da proposta antes de avançar em direções que permitam ao instituto explorar fontes alternativas de receita, valorizando “o maior ativo do IBGE: o corpo técnico, com grande credibilidade”.
Desafios Relacionados
As avaliações do governo indicam que Pochmann tem um problema de relacionamento pessoal com o time do IBGE, o que acabou prejudicando uma proposta que poderia ser considerada “interessante” e gerando desgaste para o presidente Lula. Em nota divulgada, o ministério de Tebet se comprometeu a liberar recursos para a “formulação do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola, uma das pesquisas mais relevantes do Instituto”.
Próximos Passos
Além disso, o texto destaca que, diante do desafio de encontrar fontes alternativas para ampliar a receita, “estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional”. O documento enfatiza ainda que “qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”.
Contexto Político
A saída encontrada é uma tentativa de dar a Pochmann a chance de corrigir o estrago feito até agora. Apesar de ser considerado algo difícil, dado o desgaste gerado com pedidos de demissão de diretores e técnicos importantes, acredita-se que seja preciso encerrar com o debate público. Pochmann foi indicado pelo PT, partido do presidente Lula, e Simone Tebet recebeu a indicação sem reclamações. Internamente no Planejamento, há uma preocupação em não transformar o que é visto como um problema pessoal de Pochmann em uma crise da ministra com o PT.