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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/minas%20sa/2025/2/14/minas%20sa-gustavo-werneck-gerdau-1739532736.jpeg
Gerdau anuncia demissões e redução de investimentos devido à concorrência do aço chinês
Empresa destaca impacto da entrada não isonômica de aço importado e revisa estratégias de investimento no Brasil
A Gerdau, uma das maiores empresas do setor siderúrgico nacional, enfrenta desafios significativos com a entrada de aço importado, especialmente da China, no mercado brasileiro. Segundo Gustavo Werneck, CEO global da companhia, essa concorrência desleal impacta mais os negócios da empresa do que as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.
Demissões e cortes de investimento
Em 2025, a Gerdau realizou 1.500 desligamentos, principalmente em suas unidades produtivas localizadas em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo. Além disso, a empresa anunciou cortes em seus investimentos futuros, devido à falta de proteção efetiva do mercado interno pelo governo brasileiro.
"Não tem sentido continuar investindo no Brasil, porque o governo não faz proteção ideal do mercado", afirmou Werneck. Atualmente, a Gerdau tem aportes de R$ 6 bilhões previstos para este ano, sendo dois terços no Brasil e o restante nos Estados Unidos, com foco em projetos de mineração em Minas Gerais. No entanto, os investimentos para os próximos anos serão reavaliados e dependerão das condições de mercado e da atuação governamental para impedir a concorrência desleal.
Concorrência e políticas governamentais
Segundo o executivo, o aço importado já representa cerca de 30% do mercado brasileiro, sendo a maior parte proveniente da China. Ele destaca que o governo brasileiro permite a entrada desses produtos com práticas comerciais consideradas predatórias por outras nações, dificultando a competitividade da indústria nacional.
Werneck também expressou insatisfação com a última reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, realizada em 24 de julho, onde não foram elevadas as tarifas de importação sobre produtos chineses investigados por práticas de concorrência desleal, contrariando as expectativas do setor siderúrgico nacional.
Impacto do tarifaço dos EUA e desempenho financeiro
Sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos, conhecidas como tarifaço, a Gerdau foi isenta e ainda mantém unidade produtiva naquele país para atender o mercado local. Rafael Japur, vice-presidente executivo de finanças e CFO da empresa, alertou que os impactos indiretos podem ocorrer, especialmente devido à redução da demanda em setores como automotivo e de máquinas e equipamentos.
No segundo trimestre de 2025, a Gerdau registrou lucro líquido de R$ 864 milhões, um aumento de 14% em relação ao trimestre anterior, mas uma queda de 8,6% na comparação anual. A receita líquida subiu 5,5%, atingindo R$ 17,5 bilhões, conforme balanço divulgado pela empresa.