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Alckmin sobre tarifaço: ‘Lula orientou que a negociação começa hoje’
Vice-presidente detalha impacto das tarifas americanas sobre produtos brasileiros e destaca esforços do governo para negociação e mitigação dos efeitos.
Em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, nesta quinta-feira (31/7), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, explicou o impacto da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Ele também apresentou os caminhos que o Brasil pretende seguir para reduzir os efeitos dessa medida.
Impacto das tarifas americanas
Alckmin destacou que o governo brasileiro não considera a decisão de Donald Trump como definitiva e que as negociações continuam. “O presidente Lula orientou: a negociação não terminou hoje, ela começa hoje”, afirmou.
Utilizando linguagem simples, o vice-presidente explicou que com a tarifa de 50%, um produto brasileiro que custava R$ 100 para o consumidor americano passará a custar R$ 150, elevando o preço final para os consumidores dos EUA e reduzindo a competitividade do exportador brasileiro.
Ele ressaltou que produtos como café, carne, frutas, pão, peixe e calçados terão preços mais altos nos EUA, em uma situação que prejudica ambas as economias.
Negociações e isenções
Apesar da tarifa, a equipe econômica do Brasil conseguiu negociar a exclusão de 45% da pauta exportadora da cobrança extra, incluindo aviões, motores, suco de laranja, celulose, produtos do açougue e outros bens industriais. Outros 20% das exportações, como aço, alumínio, automóveis e autopeças, já tinham taxação anterior mantida, o que significa que apenas cerca de 35% dos produtos brasileiros serão afetados pela nova medida.
Produtos que já estavam em trânsito até 6 de agosto não serão tarifados, proporcionando um alívio imediato ao setor exportador. O governo também tenta excluir da lista de tarifas o café e a manga, já que o café brasileiro, especialmente o tipo arábica, é essencial para a indústria dos EUA.
Perspectivas para o consumidor brasileiro e comércio bilateral
Alckmin indicou que, apesar do cenário externo, há boas notícias para o consumidor brasileiro, com queda nos preços de alimentos devido à estabilidade cambial e clima favorável, com previsão de safra 10% maior em 2025.
Ele criticou o desequilíbrio comercial entre Brasil e Estados Unidos, destacando que os EUA vendem muito mais para o Brasil do que o contrário, com oito dos dez produtos americanos entrando aqui com tarifa zero, enquanto o Brasil enfrenta barreiras nos EUA. “Isso é injusto”, declarou.
O vice-presidente afirmou que o Brasil é um dos poucos países com os quais os EUA mantêm superávit comercial significativo, o que torna a retaliação insustentável economicamente.
Defesa do Judiciário e diálogo diplomático
Sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, Alckmin defendeu a independência do Judiciário e a ausência de relação entre política comercial e decisões judiciais. Ele reiterou solidariedade a Moraes e afirmou que “não se pode punir um juiz por cumprir seu dever”.
Apesar do clima tenso, Alckmin reforçou que o Brasil está aberto ao diálogo, com Lula iniciando conversas internacionais e disposto a negociações diretas com Trump, desde que preparadas com responsabilidade e conteúdo.
O governo mantém contato com o Departamento de Comércio dos EUA, big techs americanas, secretário do Tesouro, Itamaraty e Ministério da Fazenda para a resolução do conflito.