{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/opini%C3%A3o/2025/2/18/opini%C3%A3o-tv-smartv-1739911859.jpg
Streaming cresce enquanto TV por assinatura cai nos lares brasileiros
Número de domicílios com acesso a plataformas de streaming aumentou em 2024, enquanto TV por assinatura perde espaço, segundo IBGE
Enquanto os serviços de TV por assinatura perdem espaço nos domicílios brasileiros, as plataformas pagas de streaming continuam a crescer. Em 2024, 32,7 milhões de lares passaram a contar com pelo menos uma plataforma de streaming, um aumento de 1,5 milhão em relação a 2023. O percentual de domicílios com televisão que contratam esses serviços subiu de 42,1% para 43,4%, conforme dados do Módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da PNAD Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 24 de julho.
Popularidade do streaming e coexistência com TV tradicional
O streaming, tecnologia que permite a transmissão e acesso a conteúdos em tempo real pela internet, sem necessidade de download, consolidou plataformas como Netflix, Globoplay, YouTube, Amazon Prime Video, Disney+, HBO Max, Spotify, Apple Music, Deezer e Tidal como as mais populares.
Embora o streaming tenha ganhado muitos adeptos, 91,8% dos domicílios com acesso a essa tecnologia ainda consomem conteúdo televisivo: 86,9% por sinal aberto e 39,7% por TV por assinatura. Entretanto, o número de lares que consomem exclusivamente streaming cresce, atingindo 8,2% dos usuários dessas plataformas, mais do que o dobro registrado em 2022, quando representavam 4,7%, equivalente a 1,2 milhão de domicílios.
Impacto econômico e social do avanço do streaming
Para o economista Paulo Casaca, do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), a expansão do acesso a plataformas digitais indica uma melhora na qualidade de vida da população. "Podemos considerar que é bastante positivo a população ter acesso a esse tipo de serviço, porque indica que a população brasileira não está utilizando a renda apenas para subsistência, mas também para algum tipo de lazer, né?", afirma.
Casaca destaca ainda que a internet vai além do entretenimento, atuando como instrumento de comunicação e trabalho. Ele evidencia que muitos serviços governamentais dependem do acesso à internet, como o gov.br, documentos digitais, movimentações financeiras via Pix e o trabalho remoto, ressaltando que "hoje, o acesso à internet, com certeza, é uma necessidade básica da população brasileira".
Diferenças de renda entre domicílios com e sem acesso ao streaming
Há também diferenças significativas na renda média entre os perfis de consumo. O rendimento médio em domicílios com acesso a streaming foi de R$ 2.950,00, subindo para R$ 3.903,00 entre aqueles que também têm TV por assinatura. Já os lares sem acesso ao streaming registraram renda média de R$ 1.390,00, valor inferior ao salário mínimo vigente de R$ 1.525,00.
Sobre a exclusão digital, Casaca pondera que o marcador mais claro não é a ausência de streaming, mas sim a falta de acesso à internet de banda larga fixa ou móvel, que ainda é um problema em bairros periféricos de grandes cidades e em pequenos municípios.