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Número 2 de Alckmin descarta negociar tarifa do etanol com os EUA
Governo Lula enfrenta pressão interna para reduzir tarifa sobre etanol americano, mas ministério mantém posição contrária
Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo Lula tem sido cobrado para revisar a tarifa de 18% que o Brasil aplica sobre o etanol de milho importado dos EUA. Atualmente, os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol brasileiro. Essa diferença tem sido um ponto de tensão na relação comercial entre os dois países.
Posição do Ministério do Desenvolvimento
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, indicou que a redução da tarifa sobre o etanol americano não está no escopo das negociações com o governo Trump. Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do ministério, afirmou: "Não haveria sentido levarmos essa proposta ou qualquer outra de redução de alíquotas que o Brasil aplica na fase atual. Eles (os americanos) reivindicavam essa redução ou atribuição de cota para o etanol, mas esse tema deixou de ser debatido desde o começo das novas tarifas (os 10% que Trump aplicou sobre produtos brasileiros, em abril)".
Rosa também negou que o ministério esteja sofrendo pressões de setores econômicos para reduzir a tarifa sobre o etanol americano. O Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais tem se reunido com representantes de todos os setores impactados pelo tarifaço para avaliar possíveis soluções, segundo nota oficial do ministério.
Defesa da Tarifa e Pressões Setoriais
Alguns integrantes do governo Lula defendem a manutenção das taxas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou ao jornal Folha de S.Paulo: "O etanol é muito importante e fortalece muito a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. É um produto que, naturalmente, vou defender que se mantenha a estabilidade da taxa, até porque o etanol é muito importante para o Nordeste brasileiro".
Por outro lado, a siderurgia brasileira busca negociar a redução da tarifa sobre o etanol em troca de melhores condições para exportação de aço aos EUA, que desde junho aplica uma tarifa de 50% sobre aço importado. Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, alertou que a atual tarifa inviabilizará a exportação do setor.
Impacto Regional e Estratégia Comercial
Especialistas apontam que a tarifa de 18% protege o etanol produzido no Nordeste, que tem menor competitividade devido à produtividade inferior. Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, explicou: "O Nordeste produz um etanol muito caro, porque a produtividade é baixa. Se tirar a tarifa, o etanol de milho americano invade o Nordeste, onde a indústria de açúcar e álcool é muito importante na geração de empregos".
Além disso, a tarifa brasileira é considerada equivalente às tarifas americanas aplicadas ao açúcar brasileiro, que chegam a quase 100% fora da cota de exportação. Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, comentou que a proposta brasileira tem sido aumentar as cotas de exportação de etanol e açúcar entre os dois países, mas os EUA resistem a abrir o mercado de açúcar.