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Um em cada 10 mineiros vive perto de barragens em risco de colapso
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Um em cada 10 mineiros vive perto de barragens em risco de colapso

Levantamento cruzando dados do Censo 2022 e da Agência Nacional de Mineração revela que 1,8 milhão de pessoas em Minas Gerais estão próximas a barragens com algum nível de alerta

Por Admin

04/10/2025 15:00 · Publicado há 2 dias
Categoria: Outros

O lugar onde nascemos e crescemos guarda memórias especiais e representa nossa história. Contudo, para José Roberto Pereira, a fazenda da família em Vieiras, distrito rural de Itatiaiuçu, próximo a Belo Horizonte, é fonte de angústia. Localizada a cerca de cinco quilômetros da Barragem Serra Azul, administrada pela ArcelorMittal, essa propriedade hoje simboliza preocupação devido ao risco de colapso da estrutura.

Contexto do risco das barragens em Minas Gerais

A Barragem Serra Azul está no nível três, o mais crítico na escala de riscos, desde 2019, indicando alta possibilidade de rompimento. Esse tipo de barragem, construída por alteamento a montante, apresenta semelhanças com as estruturas que causaram as tragédias de Mariana e Brumadinho. Zezé de Vieiras, apelido de José Roberto, destaca o impacto na vida da família: "Minha mãe dorme com a luz acesa todos os dias. Ela pensa que, se for necessário correr durante a madrugada, ganha mais agilidade assim. Vivemos em um campo minado".

Levantamento e dados sobre a população em risco

Um estudo do Núcleo de Dados do EM cruzou informações da Agência Nacional de Mineração (ANM) com o Censo do IBGE de 2022 e revelou que aproximadamente 1,8 milhão de mineiros vivem dentro de um raio de 10 quilômetros de barragens com algum nível de alerta, distribuídas em 20 municípios do estado. Esse número representa cerca de 10% da população de Minas Gerais, e é maior do que a população de todas as cidades mineiras, exceto Belo Horizonte. Ao todo, o estado possui 43 represas em situação de alerta, armazenando 525,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos, volume suficiente para encher cerca de 210 mil piscinas olímpicas.

Impactos na comunidade local

No entorno da Barragem Serra Azul, cerca de 37 mil pessoas vivem em risco. Fabiana Lima, moradora a quatro quilômetros da barragem e profissional da educação, relata as mudanças na vida local: "A mineradora limitou o acesso a uma parte do terreno da minha família, uma área bem grande, de aproximadamente 1 mil metros. Hoje, eles pagam uma prestação mensal para os atingidos que moram na zona de autossalvamento (ZAS). O mesmo vale para pessoas que vivem em sítios aqui na região". Ela também destaca que atividades como pesca e banho no rio foram proibidas, e que o pesque-pague frequentado pela comunidade foi fechado. "É muito triste", afirma.

Medidas tomadas e posição da ArcelorMittal

De acordo com o Termo de Acordo Complementar 1 (TAC1), firmado entre a ArcelorMittal, atingidos e ministérios públicos Estadual e Federal, 58 famílias foram realocadas temporariamente, com 54 já instaladas em imóveis definitivos. Além disso, até o fim de 2024, 1.012 famílias estavam cadastradas para receber auxílios financeiros mensais.

Em nota, a ArcelorMittal informou que a Barragem Serra Azul "está desativada e não recebe rejeitos desde 2012". A empresa reforça que "todos os indicadores de segurança permanecem inalterados desde o acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), em fevereiro de 2019", com monitoramento técnico contínuo. A construção de um muro capaz de conter rejeitos, em caso de colapso, está prevista para ser concluída no terceiro trimestre de 2025, enquanto o processo completo de descaracterização da barragem tem previsão até 2032.

Memória e alerta à população

Em 8 de fevereiro de 2019, duas semanas após o desastre de Brumadinho, sirenes soaram durante a madrugada para evacuar moradores rurais de Itatiaiuçu, com cerca de 60 pessoas retiradas pela Defesa Civil devido ao risco iminente na Barragem Serra Azul. Caso ocorra o colapso, a destruição potencial inclui casas, parte da BR-381 (Rodovia Fernão Dias) e pode afetar o reservatório de Rio Manso, que abastece cerca de 1,5 milhão de moradores da Grande Belo Horizonte.

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