A Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão desta quinta-feira (3) com alta de 1,34%, alcançando os 140.927 pontos e estabelecendo um novo recorde histórico para o Ibovespa. O desempenho superou a marca anterior de 140.109 pontos, registrada em 20 de maio deste ano. No fechamento preliminar, o índice chegou aos 141.105 pontos, reforçando o momento de valorização.

Fatores internacionais impulsionam o mercado

O bom desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelo cenário internacional favorável. Dados de emprego divulgados nos Estados Unidos mostraram resultados acima do esperado, afastando temores sobre uma possível desaceleração econômica. Segundo o relatório "payroll", foram abertas 147 mil vagas de emprego no último mês, superando as 144 mil de maio e as 110 mil previstas por analistas consultados pela Reuters. A taxa de desemprego também registrou queda inesperada, indo para 4,1%.

Reflexos no câmbio e em outros mercados

O otimismo global beneficiou ativos brasileiros e contribuiu para a queda do dólar, que fechou cotado a R$ 5,404, o menor patamar em mais de um ano. A última vez que a moeda esteve nesse valor foi em junho de 2024. Paralelamente, os índices norte-americanos S&P500 e Nasdaq também alcançaram níveis recordes, subindo 0,83% e 1,02%, respectivamente.

Negociações tarifárias e cenário doméstico

O dia foi marcado ainda por discussões sobre acordos tarifários entre os Estados Unidos e parceiros comerciais, com a aproximação do fim do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump para negociações. No Brasil, as atenções se voltaram para o impasse em torno do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), após o Congresso Nacional ter derrubado um decreto que agora é alvo de contestação judicial pelo governo federal.

Análises e expectativas para o futuro

Economistas destacam que os resultados positivos do mercado de trabalho norte-americano podem influenciar as próximas decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, sobre cortes de juros. "Até o momento não se vê sinais de impacto das tarifas sobre a economia americana, mas ainda não se pode eliminar a hipótese de que esse impacto aparecerá nos próximos meses. E é essa incerteza que manterá o Fed paralisado na próxima reunião", afirma André Valério, economista sênior do Inter. Já Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, ressalta que "o alívio no dado estimulou também a tomada de riscos globalmente, o que beneficiou o Ibovespa e o real neste pregão".