Moradores da regional Vargem das Flores, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão há pelo menos oito dias com as torneiras secas e as caixas d'água vazias. Os bairros enfrentam um problema na estrutura de abastecimento, que, segundo a Copasa, dificulta a chegada da água às residências. Enquanto a companhia prevê uma obra para resolver a questão, os moradores recorrem à compra de garrafas e à única torneira disponível, na praça do bairro Nova Contagem.

Desabafo dos moradores

“Está insustentável”, desabafa Vanessa Cruz, de 32 anos. A assistente social e moradora do Nova Contagem conta que convive com uma pilha de louças sujas e, há mais de uma semana, não consegue fazer uma higienização completa, já que a única água de que dispõe é a que busca por baldes na praça do bairro. “Há mais de um mês, passamos por racionamento: a água chega um dia, falta no outro. Mas há oito dias parou de vez. Eu tenho duas caixas d'água, ambas estão vazias. Quando a água chega, à noite, não tem pressão para subir até as casas”, reclama.

Problemas identificados e soluções temporárias

O problema já foi identificado nos bairros Nova Contagem, Vila Renascer, Recanto Verde e Recreio. Nos serviços essenciais, como escolas, hospitais e unidades de saúde, por exemplo, a Copasa está enviando caminhões-pipa para minimizar os impactos. A companhia admitiu que a região sofre com uma variação de pressão da água, explicando que isso ocorre “devido ao alto relevo, à localização geográfica e à distância em relação aos principais reservatórios”. Para resolver a situação, a empresa está realizando uma obra de infraestrutura.

Obras em andamento

Um trecho de dois quilômetros de adutora foi concluído, mas ainda falta a implantação de uma unidade de bombeamento, prevista para entrar em operação no início do segundo semestre. “As obras são necessárias devido ao crescimento da região, o que demanda uma maior oferta de água”, afirma a Copasa. Enquanto a infraestrutura não está pronta, no entanto, os moradores continuam sofrendo com a falta de água constante.

Dificuldades diárias

“Não tem como lavar roupa, arrumar a casa, tomar um banho decente. Quem tem criança em casa está sofrendo ainda mais. Além da dificuldade de ter que comprar galão de água, a conta da Copasa continua chegando”, denuncia a moradora Vanessa Cruz. A Copasa afirma que, para minimizar as intercorrências no abastecimento de água na regional Vargem das Flores, “a empresa monitora os sistemas de abastecimento existentes e, quando necessário, realiza manobras operacionais para reduzir os impactos do desequilíbrio no fornecimento.”