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Produtores mineiros de ferro-gusa alertam para risco de colapso com tarifa de Trump
Imposto de 50% sobre exportações para os EUA ameaça setor que responde por quase 85% das vendas de ferro-gusa de Minas Gerais
O presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer), Fausto Varela Cançado, manifestou preocupação com o impacto do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O setor de ferro-gusa, que tem as exportações para os EUA como seu principal mercado, teme o fechamento de indústrias e demissões em massa.
Importância das exportações para o setor
Minas Gerais produziu 3,8 milhões de toneladas de ferro-gusa em 2024, das quais 68,4% foram exportadas, totalizando cerca de 2,6 milhões de toneladas. Dessas, 84,8% foram destinadas aos Estados Unidos, representando aproximadamente 2,2 milhões de toneladas. O faturamento com exportações para outros países somou cerca de US$ 1,2 bilhão, sendo quase US$ 1 bilhão proveniente do mercado americano.
Nos primeiros seis meses de 2025, 70% da produção mineira de 1,8 milhão de toneladas foi exportada, com 89% desse volume direcionado aos Estados Unidos. "São números que impactam significativamente. Veja a dependência que nós temos com a exportação para os Estados Unidos. É o nosso principal comprador", destacou Cançado.
Consequências do tarifaço
O representante do setor alertou que a aplicação da tarifa pode resultar em queda imediata das exportações para os EUA, chegando a quase zero, devido à suspensão recente de embarques por importadores americanos. "Se essa tarifa entrar em vigor, nós perdemos a competitividade. O nosso produto perde competitividade nos Estados Unidos", afirmou.
O setor de ferro-gusa gera cerca de 10 mil empregos diretos e 32 mil indiretos, número que sobe para 62 mil quando incluída a indústria de silvicultura que fornece carvão vegetal para os fornos. Cançado destacou que o redirecionamento das exportações para outros mercados é difícil e que as empresas enfrentam limitações financeiras para suportar períodos prolongados sem vender para o principal comprador.
Comparação com o setor cafeeiro
Em contraste, o setor cafeeiro de Minas Gerais demonstra maior resiliência diante das tarifas americanas. O café é o principal produto exportado para os EUA, com US$ 5,6 bilhões em vendas entre 2021 e 2025. O presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado de Minas Gerais, Sérgio Meirelles Filho, acredita que o impacto da tarifa será repassado ao consumidor americano e que os Estados Unidos podem abrir exceções para o café brasileiro.
Meirelles ressaltou que o Brasil é insubstituível como fornecedor do volume exportado e que o mercado americano está assustado com a possibilidade de aumento nos preços devido à tarifa. Apesar das dificuldades, ele aguarda os desdobramentos antes de tomar medidas adicionais, destacando que o café está em uma posição relativamente favorável no mercado global.