Os preços finais dos alimentos são calculados com base em planilhas de custos. Quando há aumento dos juros e dos insumos, além da imposição pelo governo do IOF de 5%, todos esses fatores são considerados para refletir no valor cobrado do consumidor. Confira a análise com Valdir Barbosa.

Contexto da alta nos preços

O aumento do custo de produção inevitavelmente resulta em preços mais altos para o consumidor final. O governo tenta, mas é difícil inverter essa lógica econômica. A aplicação do IOF sobre o Fiagro e Letras de Crédito Agrícola tende a inflacionar ainda mais os preços dos alimentos no próximo ano.

Diferenças entre agricultores familiares e empresariais

Embora existam linhas de financiamento com juros mais baixos para agricultores familiares, seus custos de produção não são necessariamente menores que os dos agricultores empresariais. Muitas vezes, são até maiores, pois o agricultor familiar compra em menor quantidade, enquanto o empresarial obtém preços melhores devido ao volume. O aumento do IOF de 5% não afeta diretamente os pequenos produtores, mas sim os médios e grandes, responsáveis pela precificação nos mercados nacional e internacional, incluindo commodities como arroz, açúcar, milho, soja, café e trigo.

Produção atual dos alimentos

Atualmente, o arroz e o açúcar estão com preços menores devido a recordes de produção, como na Índia, que desequilibra o mercado mundial. A agricultura familiar tem papel importante no abastecimento dos mercados urbanos, especialmente de hortifrutis. O café, embora também faça parte da agricultura familiar, conta com o apoio de grandes cooperativas reconhecidas internacionalmente, como a Cooxupé em Guaxupé e a Cocaccer em Patrocínio, onde produtores maiores apoiam os menores.

Consequências da sobretaxa e impacto para os consumidores

A sobretaxa aos grandes produtores de alimentos não necessariamente fará com que eles saiam dos grandes supermercados. Por outro lado, os consumidores de menor poder aquisitivo continuarão buscando preços mais acessíveis em feiras e bancas, buscando itens como arroz, feijão, ovos e bananas para compor a alimentação diária da família.