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O ataque na praça dos Três Poderes não alterará o cronograma de envio do pacote de gastos, afirmam fontes.

O ataque na praça dos Três Poderes não alterará o cronograma de envio do pacote de gastos, afirmam fontes.

Os autores da proposta, apesar de reconhecerem a situação delicada, avaliam que a semana já estava comprometida devido a outros assuntos.

Por Gustavo Carmo

15/11/2024 21:12 · Publicado há 1 mês

Membros da equipe econômica garantem que o atentado na Praça dos Três Poderes não atrasará o envio do pacote de contenção de despesas ao Congresso Nacional. Apesar de reconhecerem a sensibilidade do momento, as autoridades envolvidas na proposta já tinham expectativas de uma semana complicada devido a outros tópicos, segundo fontes revelaram à CNN.

Na noite de quarta-feira (13), um homem cometeu suicídio em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), após lançar explosivos contra o edifício do Judiciário. Ele também detonou um carro próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados. Identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, ele foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina, em 2020, mas não obteve sucesso.

Impacto do atentado na agenda política

O ocorrido gerou preocupação entre os Poderes, levando a Câmara dos Deputados e o STF a suspenderem as atividades até o meio-dia de quinta-feira (14). Contudo, o trabalho da equipe econômica sobre o pacote de cortes de gastos prossegue. Apesar do atentado ser um tema sensível, a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e do projeto de lei complementar não devem ser prejudicadas.

Já estava previsto que a semana seria encurtada devido ao feriado da Proclamação da República, em 15 de novembro, e à reunião do G20 no Rio de Janeiro, que reúne líderes mundiais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará na quinta-feira e retornará a Brasília apenas na próxima terça (19). Na quarta (20), ele se reunirá com o líder chinês Xi Jinping.

Ajustes no cronograma

Diante dessa agenda lotada, já se esperava que o envio da proposta de cortes ficasse para a semana seguinte. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na quarta (13) que não havia "tempo hábil" para realizar os anúncios nesta semana. Apesar disso, ele destacou que o pacote é "expressivo", e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assegurou que fará "todo o esforço necessário" para aprovar a redução de gastos em 2024.

Discussões internas e controvérsias

A equipe econômica completa três semanas consecutivas de debates sobre o pacote de cortes. Os ministros têm dialogado com líderes das pastas que possuem maiores orçamentos, destacando a necessidade de controle das despesas dentro do arcabouço fiscal. Os responsáveis pelas pastas de Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação e Trabalho foram chamados mais de uma vez para discutir as propostas, expressando insatisfação com os valores apresentados.

Além disso, na quarta, o Ministério da Defesa foi oficialmente incluído na lista de cortes — a pasta detém o quinto maior orçamento da Esplanada. Dentro do Partido dos Trabalhadores, há divergências, com a presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), posicionando-se contra o ajuste em áreas sociais e um manifesto, rejeitando a proposta, sendo assinado pelo PT e aliados.

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