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As ações de mercados emergentes tiveram, recentemente, a maior retirada mensal de investimentos estrangeiros desde 2020.

As ações de mercados emergentes tiveram, recentemente, a maior retirada mensal de investimentos estrangeiros desde 2020.

A entrada líquida total mensal de US$ 1,9 bilhão em outubro é comparada a uma entrada de US$ 56,4 bilhões em setembro.

Por Gustavo Carmo

15/11/2024 21:22 · Publicado há 1 mês

Em outubro, investidores estrangeiros retiraram o maior volume de capital de ações de mercados emergentes desde o início de 2020. No entanto, o fluxo positivo para títulos e dívidas de tais economias superou esse movimento de venda, conforme revelado por dados de uma associação da indústria financeira nesta sexta-feira (15). A entrada líquida total mensal foi de US$ 1,9 bilhão em outubro, em comparação com US$ 56,4 bilhões em setembro e uma saída de US$ 8,1 bilhões em outubro de 2023, segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF).

As carteiras de ações registraram uma saída de US$ 25,5 bilhões, a maior desde março de 2020, quando houve um grande movimento de vendas devido à pandemia de Covid-19. Em contrapartida, os títulos tiveram uma entrada de US$ 27,4 bilhões. Especificamente, as ações chinesas sofreram uma perda de US$ 9 bilhões, após o maior fluxo de entrada em setembro desde ao menos 2015, mas os títulos chineses ainda atraíram US$ 1,4 bilhão. Os recentes pacotes de estímulo governamental em setembro e novembro não corresponderam às expectativas do mercado.

Confiança do Investidor e Condições do Mercado

“Apesar das ações de flexibilização direcionadas pelo governo chinês, a confiança dos investidores permanece baixa”, afirmou Jonathan Fortun, economista do IIF, em um comunicado. “Esse cenário resultou em mudanças significativas no mercado, onde a preocupação com o crescimento e a incerteza regulatória continuam a limitar o investimento estrangeiro na China.”

Com a aproximação da eleição presidencial dos EUA no início de novembro, houve um movimento de mercado buscando opções que se beneficiariam com um possível retorno de Donald Trump à presidência, o que elevou o dólar e as taxas norte-americanas. “As preocupações com a valorização do dólar em comparação às moedas de países emergentes aumentam a aversão ao risco nos mercados de ações”, destacou Fortun. “Essa tendência está alinhada com a expectativa de que os diferenciais de rendimento e as trajetórias das taxas possam favorecer cada vez mais a dívida dos mercados emergentes em detrimento das ações, à medida que o aumento da aversão ao risco se intensifica globalmente.”

Fluxos Regionais

No último mês, a Ásia registrou uma saída líquida de US$ 6,8 bilhões, enquanto a Europa Emergente atraiu US$ 5,2 bilhões e a América Latina, US$ 3,6 bilhões. Os fluxos para a África foram ligeiramente negativos. No acumulado anual, os estrangeiros investiram aproximadamente US$ 249 bilhões líquidos em portfólios de mercados emergentes, sendo cerca de US$ 220 bilhões direcionados a dívidas, dos quais US$ 169 bilhões destinaram-se para fora da China.

O bitcoin superou a marca de US$ 80 mil pela primeira vez, impulsionado pelo otimismo em relação a um possível governo Trump.

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