A demora aumenta a pressão por um pacote de cortes de gastos que seja convincente, ressalta um economista ao CNN Money.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, destaca que postergar o anúncio possibilita uma análise mais cuidadosa por parte dos agentes econômicos sobre os aspectos a serem reduzidos, o que pode gerar espaço para frustração.
Por Gustavo Carmo
15/11/2024 21:19 · Publicado há 1 mês
A demora na divulgação do pacote de cortes de gastos pelo governo federal está aumentando a pressão por um plano convincente, conforme afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, em entrevista ao CNN Money nesta sexta-feira (15). Segundo Igliori, o adiamento das medidas de controle fiscal permite que os agentes econômicos analisem com mais atenção os itens a serem reduzidos, o que pode levar a desapontamentos.
"Primeiro, precisamos de uma indicação clara de que o governo está comprometido com esse assunto, e depois queremos ver conteúdo. Um pacote de cortes de gastos que seja apenas superficial não será suficiente", destacou. O mercado espera por esse pacote há aproximadamente três semanas, após diversas reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes dos setores que serão afetados.
Igliori alertou que, se não houver corte de gastos, o próprio arcabouço fiscal do governo poderá perder a confiança do mercado. "O arcabouço já está perdendo credibilidade desde o início deste ano, especialmente após a alteração da meta fiscal em abril. Se não houver um pacote, não apenas o arcabouço perderá credibilidade, mas também a postura do governo em relação à política fiscal será questionada."
O economista ressaltou que o receio do mercado é de que, se a popularidade cair, o governo federal recorra à receita para implementar medidas populistas.