A Fitch ajustou a classificação de longo prazo do Banco Master, elevando-a de "B+" para "A-".
O aprimoramento reflete a expansão e as aquisições estratégicas realizadas pelo Banco Master.
Por Gustavo Carmo
14/11/2024 21:03 · Publicado há 1 mês
A Fitch Rating aumentou o rating nacional de longo prazo do Banco Master de BBB (bra) para A-(bra), mantendo uma perspectiva estável. Com essa alteração, o banco alcançou o grau de investimento. Essa melhoria reflete a expansão estratégica da instituição, incluindo aquisições e aumento das receitas, além de uma estrutura financeira mais sólida e avanços no perfil de risco.
A análise positiva também é fruto dos investimentos em estruturas de compliance e gestão de riscos. Luiz Antônio Bull, diretor estatutário do Banco Master, destaca a importância da governança para a instituição. "Desde o início tivemos em mente que as diretrizes de governança eram essenciais", afirmou Bull. "Partimos do pressuposto de que todo processo decisório é colegiado, baseado em regras que respeitam atos regulatórios e disciplinas internas criadas tendo em mente a tomada de risco."
Impactos do Upgrade
Com o upgrade, o banco alcança o mesmo nível das grandes instituições financeiras do país, facilitando a entrada de recursos de grandes fundos internacionais. "A elevação também considera a estabilização do perfil financeiro do banco, níveis consistentes de liquidez e rentabilidade, razoável qualidade dos ativos e níveis de capital estáveis quando comparado aos dos pares", destacou a Fitch em comunicado.
Conselho Consultivo e Metas Financeiras
Em 2023, o Banco Master criou um conselho consultivo, com membros como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o economista Gustavo Loyolla e o ex-diretor do BC Geraldo Magella. No primeiro semestre, o banco registrou um lucro acima de R$ 500 milhões, com um patrimônio líquido de R$ 4,3 bilhões. A instituição antecipou sua meta de atingir um PL de R$ 5 bilhões de 2025 para agora, e planeja alcançar R$ 10 bilhões em PL em dois anos.
Comitê de Auditoria
Também foi estabelecido neste ano um Comitê de Auditoria, liderado por Erich Schumann, CEO da Global Atlantic Partners LLC. Schumann, que trabalhou com Meirelles no Banco de Boston na década de 90, destacou que o sistema financeiro do Brasil possui alta concentração de mercado. "O sistema financeiro brasileiro tem seus desafios, com um alto nível de concentração de mercado nas mãos de quatro ou cinco instituições", avaliou Schumann. "Isso é complicado porque os bancos que têm poder não querem abrir mão dele. Mas o que gosto no Brasil é que existe muita criatividade."
Governança e Stakeholders
Para Schumann, o conceito de governança fortalecido no Master deve considerar o interesse de todos os stakeholders, incluindo colaboradores e clientes. "Significa entender profundamente a estratégia da empresa, os riscos relacionados à atividade e como mitigar esses riscos, ao mesmo tempo em que definimos quanto de risco desejamos correr, e estabelecemos o chamado RAS – risk appetite statement, documento que declara esses parâmetros e como alcançá-los”, afirmou.