A eleição de Trump reduz a visibilidade do Brasil em arenas internacionais.
A vitória de Trump afetou o protagonismo internacional do Brasil no G20 e na COP30, reduzindo as expectativas de progresso em comércio e meio ambiente.
Por Gustavo Carmo
11/11/2024 23:08 · Publicado há 1 mês
A eleição de Donald Trump resultou na perda de relevância de dois eventos cruciais nos quais o governo brasileiro aspirava por destaque internacional. O primeiro é o G20, agendado para a próxima semana no Rio de Janeiro. Embora Biden e o líder chinês Xi Jinping participem, a ausência de Trump diminui a importância de qualquer decisão tomada. Uma dessas deliberações afeta imediatamente o comércio global. Trump já indicou um defensor de tarifas e protecionismo como assessor direto, o que na prática, faz com que o G20 precise aguardar até janeiro.
Encontro sobre o clima
Outro cenário no qual o Brasil esperava ter um papel significativo é o da sustentabilidade, especialmente na 30ª reunião da ONU sobre mudanças climáticas, programada para Belém, no Pará, dentro de um ano. Com base na abertura da 29ª reunião da ONU sobre o clima, as previsões para Belém não são promissoras. Em Baku, no Azerbaijão, onde a COP 29 teve início, o prometido financiamento para a transição de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia sustentável, em países como o Brasil, não se materializou.
Ainda que a situação não tenha sido diretamente desencadeada por Trump, os representantes em Baku deixaram de lado a ideia de uma ação internacional coordenada para enfrentar as mudanças climáticas, que deveria ser estabelecida em Belém. Talvez algum consenso possa ser alcançado, mesmo sem a presença de Trump, para negociar o mercado de carbono sob as diretrizes da ONU. No entanto, o Brasil precisa avançar em sua própria regulamentação, uma vez que ainda não a conseguimos implantar.