O Paraná concluiu recentemente a colheita da segunda safra de feijão, totalizando 526,6 mil toneladas. Somando-se à produção da primeira safra, que foi de 338 mil toneladas, o estado estabeleceu um novo recorde com aproximadamente 865 mil toneladas, mantendo-se na liderança nacional com cerca de 25% da produção do país.

Detalhes sobre a safra de feijão

A segunda safra foi plantada entre janeiro e fevereiro em uma área de 328 mil hectares, que representa uma redução de 25% em relação aos 437 mil hectares da safra anterior. Essa diminuição na área plantada levou a uma queda na produção dessa safra, que alcançou 681 mil toneladas em 2024.

O agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista do Deral, destacou que "apesar desse recuo da segunda safra, a produção da primeira, ofertada especialmente em janeiro, teve um aumento expressivo de 102% em relação às 112 mil toneladas do ano anterior". Ele também ressaltou que a terceira safra tem importância mínima, com previsão de apenas 600 toneladas.

Impactos econômicos e mercado

Um efeito direto da oferta elevada é a queda nos preços do feijão-preto, atualmente cotado em cerca de R$ 121,00 a saca, valor 44% inferior ao registrado em julho do ano passado, quando estava em R$ 228,38. A maior disponibilidade interna pode levar os produtores a reduzir a área plantada a partir de agosto para a safra 2025/26, conforme analisou Godinho.

Outros setores agrícolas no Paraná

O boletim também abordou a colheita da segunda safra de milho, que atingiu 29% da área de 2,7 milhões de hectares, superando a média dos últimos cinco anos para o período. No entanto, as condições das lavouras pioraram devido às geadas no fim de junho.

Além disso, o setor de mel deve enfrentar dificuldades com a imposição de tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos, que consomem 84,1% do mel exportado pelo Paraná. No primeiro semestre de 2025, o estado exportou 16.170 toneladas, somando US$ 52,2 milhões.

Produção em horticultura, suínos e bovinos

Na horticultura, o Valor Bruto de Produção (VBP) de 2024 registrou R$ 6,2 bilhões, com destaque para a batata (R$ 1,4 bilhão) e o tomate (R$ 1,1 bilhão). Na fruticultura, a laranja liderou com R$ 1,2 bilhão, seguida por morango, uva e banana. A floricultura movimentou R$ 271,7 milhões.

O Paraná também se destacou como principal exportador brasileiro de suínos reprodutores de raça pura no primeiro semestre de 2025, gerando US$ 352 mil, quase metade da receita nacional. O Paraguai é o principal destino dessas exportações.

Na pecuária bovina, a imposição de tarifas adicionais nos EUA gera preocupação, já que o país foi o segundo maior comprador da carne brasileira em 2024. As cotações da arroba bovina caíram 5,29% em julho, negociadas a R$ 300,65.