O governo afirma que a demanda por energia crescerá 25% até 2034.
Um estudo revela que o setor energético pode atrair investimentos de R$ 3,2 trilhões até o ano de 2034.
Por Gustavo Carmo
10/11/2024 20:01 · Publicado há 1 mês
Um levantamento feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que a demanda por matriz energética deverá aumentar em 25% até 2034, considerando petróleo, gás e outras fontes. Para eletricidade isoladamente, esse crescimento esperado é de 37,7%. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o setor elétrico atenderá à demanda com mais leilões de transmissão e armazenamento em baterias. Segundo ele, "a segurança energética das brasileiras e brasileiros vai seguir como prioridade. A transição energética vai fortalecer diversas fontes de energia, especialmente as renováveis".
Investimentos e estratégias
O MME projeta um total de investimentos no setor energético de cerca de 3,2 trilhões até 2034, distribuídos em três categorias principais de projetos, com a indústria de petróleo e gás natural representando 78% do total. O 'Caderno de Consolidação do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034' foi divulgado na última quinta-feira (7), coincidiendo com a abertura da consulta pública do plano.
Eficiência energética e demanda de minerais
Espera-se que as políticas de eficiência energética resultem em uma economia de 7% em relação ao consumo de 2023. No setor elétrico, isso se traduz em uma economia de 40 terawatts-hora, equivalente à produção de Itaipu e Furnas juntas. A demanda por minerais estratégicos como cobre, níquel, cobalto e zinco aumentará 58% devido à expansão do setor elétrico.
Crescimento da oferta energética
A Oferta Interna de Energia (OIE) da matriz deverá crescer em média 2,2% ao ano, atingindo 394,3 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tep) em 2034. O estudo também antecipa um crescimento na disponibilidade de energia per capita, com a OIE per capita subindo de 1,45 tep/hab para 1,72 tep/hab em 2034, ainda abaixo da média global de 2019, que era de 1,87 tep/hab.
Participação das energias renováveis
Segundo o caderno, a presença das energias renováveis na matriz energética nacional deverá se manter em 50% até 2030, em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7, que busca assegurar energia limpa e acessível. O Brasil deverá alcançar uma taxa média de renovabilidade de 86,1% em 10 anos, com destaque para geração elétrica a partir de fontes como hidrelétrica, biomassa, eólica e solar.
Crescimento da autoprodução e geração distribuída
A parcela da autoprodução e da geração distribuída na produção de eletricidade aumentará de 15% em 2024 para 17% em 2034, com maiores contribuições da biomassa (biogás, bagaço de cana, lixívia e lenha) e da energia solar.