A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre os planos de um homem-bomba. Durante o inquérito, familiares do suspeito compartilharam informações relevantes sobre o caso.
Existem evidências de um planejamento de longo prazo, conforme afirmou Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.
Por Gustavo Carmo
15/11/2024 09:10 · Publicado há 1 mês
Investigações da Polícia Federal sobre Francisco Wanderley Luiz
A Polícia Federal (PF) está investigando o planejamento de Francisco Wanderley Luiz em relação aos ataques ocorridos na última quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Wanderley já havia estado em Brasília em ocasiões anteriores, incluindo no início do ano passado. Ainda não foi confirmado se ele esteve envolvido nos ataques de 8 de janeiro, que também tiveram como alvo os edifícios dos Três Poderes.
Indícios de Planejamento
Rodrigues afirmou que existem "indícios de planejamento de longo prazo" na ação realizada pelo homem-bomba. Na quinta-feira, a PF colheu depoimentos de familiares de Wanderley. Uma ex-mulher revelou que um de seus planos incluía assassinar o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Evidências de Preparação
Um indício que aponta para um planejamento antecipado foi a presença de um trailer associado a Francisco. "Esse trailer foi alugado há alguns meses e estava estratégicamente posicionado próximo ao STF", afirmou Rodrigues, sugerindo um planejamento de médio e talvez longo prazo, evidenciando a gravidade dos atos.
Análise de Dispositivos e Artefatos
Agentes da PF iniciaram a perícia no celular de Wanderley. O dispositivo foi apreendido na quinta-feira de manhã em um trailer supostamente de Wanderley, localizado perto do STF e da Câmara. Investigadores que conversaram com a CNN esperavam concluir ainda na quinta-feira a extração dos dados do celular, possibilitando verificar se houve apoio e esclarecer o real plano de ataque.
Um outro artefato está sob investigação: uma caixa encontrada próxima ao trailer. “Estamos analisando se de fato pertence ao mesmo episódio”, declarou Rodrigues.
Repercussão e Segurança
Rodrigues considerou que o caso "não é um fato isolado" e que a unidade de antiterrorismo da PF está envolvida na investigação. "Esses grupos extremistas estão ativos e nós precisamos agir com energia. Acreditamos que este episódio está interligado a outras ações que a Polícia Federal vem investigando recentemente", explicou.
Wanderley utilizou explosivos que se assemelham a granadas, "bombas-tubo", bombas de acionamento remoto, fogos de artifício e um artefato similar a um lança-chamas. Foram realizadas buscas na residência que ele utilizava em Ceilândia, além do trailer e do carro. A polícia encontrou uma caixa enterrada, que está em processo de análise.
Medidas de Segurança da PF
Todos os agentes federais no Distrito Federal foram convocados até o próximo domingo (17) para reforçar a segurança e a ordem pública. Em comunicado, a PF destacou a necessidade de atenção redobrada, com as equipes preparadas para uma resposta rápida a possíveis incidentes.
O efetivo convocado deve estar disponível “a qualquer momento”, mantendo-se acessível para emergências.
Testemunhos de Familiares
Familiares de Wanderley prestaram depoimentos à PF oferecendo detalhes sobre o caso. A ex-esposa do homem-bomba confirmou que ele planejava matar o ministro Alexandre de Moraes. "Queria matar o ministro Alexandre de Moraes e qualquer um que estivesse presente no momento do atentado", relatou ao setor de inteligência da Polícia Federal. Segundo o depoimento, houve pesquisas na internet relacionadas ao ministro.
O filho de Francisco revelou que recebeu uma mensagem de seu pai em tom de despedida, compreendida somente após as notícias sobre o ataque. Ele afirmou que o pai "tinha convicções políticas, mas não muito radicais" e mencionou uma renda mensal de R$ 5 mil.